TAXAS

Juros: Sinalização do Congresso sobre PEC Emergencial traz alívio para a curva

As taxas locais encerraram de lado, com viés de baixa nos vencimentos longos, estancando a sequência de três altas consecutivas até ontem, quando a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) elevou a cautela sobre um possível travamento da agenda econômica no Congresso

Agência Estado
postado em 18/02/2021 19:05
 (crédito: Leonardo Sá/Agência Senado)
(crédito: Leonardo Sá/Agência Senado)
A retomada das discussões em torno do auxílio emergencial deu algum alívio para a curva de juros, mas limitado pelo comportamento negativo do câmbio e manutenção da pressão sobre o rendimento dos Treasuries. As taxas locais encerraram de lado, com viés de baixa nos vencimentos longos, estancando a sequência de três altas consecutivas até ontem, quando a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) elevou a cautela sobre um possível travamento da agenda econômica no Congresso. Por isso, a informação de que a PEC Emergencial, que vai tratar do benefício, será pautada na próxima semana, com relatório sendo apresentado até segunda-feira, abriu espaço para alguma devolução de prêmios. O leilão do Tesouro foi parecido com o anterior e não chegou a adicionar pressão sobre a curva.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,40% (regular) e 3,405% (estendida), de 3,422% ontem no ajuste e a do DI para janeiro de 2023 encerrou em 5,06% (regular) e 5,04% (estendida), de 5,06% ontem. A do DI para janeiro de 2025 ficou em 6,63% (regular) e 6,58% (estendida), de 6,63% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 caiu de 7,30% para 7,27% (regular) e 7,23% (estendida).
Adauto Lima, estrategista da Western Asset, atribuiu o desempenho dos DIs hoje a uma correção do que acredita ter sido um exagero ontem, assegurada pela melhora da perspectiva para o auxílio emergencial. "A curva já está muito pressionada, é preciso algo mais concreto e negativo para novas altas", disse.
Numa tentativa de demonstrar consenso sobre a importância da agenda econômica, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniram em almoço nesta quinta. "Tratamos do encaminhamento do auxílio emergencial e de uma contrapartida, não como condição, mas de uma sinalização de que o Congresso tem responsabilidade fiscal", afirmou Pacheco, após o fim do encontro, por volta das 14 horas. Segundo o presidente do Senado, o relatório da PEC do senador Marcio Bittar (MDB-AC) sai até segunda e a proposta será pautada na Casa na próxima semana.
"Os juros futuros sugerem que a prisão do deputado foi vista como fonte de incerteza (veja a volatilidade), mas sobrepujada pelas notícias sobre possível encaminhamento de alguma PEC na próxima semana", afirma Banco Fator, em relatório elaborado pelo economista-chefe José Francisco Lima Gonçalves. Destaca, porém, que "o prejuízo do evento com o STF ainda não está definido: no tamanho e no destino".
No exterior, a escalada recente dos yields dos Treasuries merece atenção, em meio ao debate sobre possível retorno das pressões inflacionárias. Nesta quinta, as taxas americanas voltaram a subir mesmo com a divulgação de dados mais fracos da economia dos EUA. Segundo Lima, da Western, no geral os indicadores têm surpreendido positivamente o que, somado ao ritmo rápido de vacinação contra a covid nos Estados Unidos, traz dúvidas sobre a necessidade de um pacote fiscal tão robusto e, num horizonte mais distante, o quanto a política do Federal Reserve seguirá acomodatícia.
 

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