O Conselho de Administração da Petrobras aprovou a convocação da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que vai deliberar sobre a troca no comando da empresa, anunciada na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro. A autorização, no entanto, vem junto com o recado de os conselheiros da empresa continuarão zelando pela governança e pela política de preços da Petrobras.
A decisão do Conselho de Administração da Petrobras foi publicada na noite desta terça-feira (23/2), após um dia inteiro de debate entre os 11 conselheiros da empresa. As discussões se alongaram porque a maior parte dos conselheiros aprova a atual gestão da estatal, mas admitia ser difícil barrar a troca anunciada pelo governo já que sete dos 11 membros do colegiado foram indicados pela União.
Irritado com os sucessivos reajustes dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro anunciou na semana passada a troca o atual presidente da empresa, o economista Roberto Castello Branco, pelo general Joaquim Luna e Silva. A substituição, contudo, precisa ser referendada pelo Conselho de Administração por conta das regras de governança das estatais.
O Conselho decidiu, então, convocar "Assembleia Geral Extraordinária (AGE), com o objetivo de promover a substituição e eleição de membro do Conselho de Administração, e indicando Joaquim Silva e Luna, em substituição a Roberto da Cunha Castello Branco". E lembrou que, junto a Castello Branco, outros sete conselheiros da empresa devem ser destituídos por conta do sistema de voto múltiplo do colegiado.
A assembleia vai eleger, portanto, oito membros, além do novo presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Ainda não há data, contudo, para a realização da AGE. Segundo a Petrobras, a data será definida "considerando a necessidade de adoção de providências preliminares à citada convocação".
Diante do desconforto do mercado e dos próprios conselheiros com a troca no comando e da possibilidade de novas inferências políticas na empresa, o Conselho de Administração da Petrobras ressaltou, por sua vez, que “continuará a zelar com rigor pelos padrões de governança da Petrobras, inclusive no que diz respeito às políticas de preços de produtos da companhia". "Os membros da Diretoria Executiva têm mandato vigente até o dia 20 de março de 2021 e contam com o apoio do Conselho."
Em comunicado à imprensa, a Petrobras ainda lembrou que a indicação do general Luna e Silva ainda "será submetida ao processo de análise de gestão e integridade da companhia e objeto de análise pelo Comitê de Pessoas".
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