Contas públicas

Dívida pública sobe 0,99% em janeiro e fecha em R$ 5,059 tri, diz Tesouro

Em dezembro de 2020, o valor da dívida era de R$ 5,06 trilhões. Tesouro diz ter reserva líquida suficiente para seis meses

Natália Bosco*
postado em 24/02/2021 16:14 / atualizado em 24/02/2021 16:16

A Dívida Pública Federal (DPF) subiu 0,99% em relação a dezembro do ano passado. Os dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (24/2) mostram que, em janeiro, a dívida fechou no valor de R$ 5,059 trilhões. O valor ficou abaixo do Plano Anual de Financiamento (PAF), que determina uma oscilação entre R$ 5,6 trilhões e R$ 5,9 trilhões em 2021.

A Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFI) cresceu 1,16% alcançando o valor de R$ 4,821 trilhões. “Quando nós olhamos para o mercado doméstico, a gente relata que no comportamento da curva de juros ao longo do mês de janeiro houve um aumento, um ganho de inclinação. Isso se deve basicamente a discussões sobre a trajetória fiscal. Lembrando que, no início de janeiro, e mais concentrado no final de janeiro, nós tivemos muitas discussões sobre contas públicas”, pontuou o coordenador geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital.

Já a Dívida Pública Externa apresentou queda de 2,29% e fechou em R$ 237,88 bilhões. O vencimento de títulos brasileiros em circulação no mercado externo contribuiu para a redução desse valor.

Em janeiro, as emissões da DPF somaram R$ 155,35 bilhões e os resgates totalizaram R$ 148,54 bilhões. No mês, a emissão líquida da DPF foi de R$ 6,81 bilhões. “É a primeira vez, nos meses de janeiro, que o Tesouro registra uma emissão líquida. Os meses de janeiro geralmente são meses que concentram volumes maiores de crescimento, então são meses que tipicamente temos resgate líquido. No mês de janeiro de 2021, devido a esse maior volume de emissões, nós tivemos essa emissão líquida”, informou Luis Felipe Vital.

O custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses é de 8,29%, mostrando uma redução em relação a dezembro quando esse valor era de 8,37%. O custo médio do estoque da DPMFI acumulado em 12 meses também apresentou uma pequena redução e fechou em 7,15%. Já o custo médio das emissões em oferta pública da DPMFI acumulado em 12 meses é de 4,65%.

De acordo com o coordenador geral de Operações da Dívida Pública, o estoque da dívida pública tanto pela DPF quanto pela DPMFI representam os menores valores das respectivas séries históricas.

Caixa suficiente

A reserva da liquidez apresentou redução em termos nominais e fechou janeiro em R$ 805,68 bilhões. “Esse é um indicador que envolve uma série de detalhes técnicos que são importantes, uma série de complexidades. Esse número é suficiente para os vencimentos de mais de seis meses de maturação da dívida. O que eu quero dizer é que, no caso hipotético de o Tesouro não realizar nenhuma emissão, nós temos caixa suficiente para pagar os próximos seis meses dos vencimentos da dívida pública”, explicou Luiz Felipe sobre a taxa de reserva de liquidez.

O coordenador de Operações da Dívida Pública explicou que o principal desafio do Tesouro Nacional é a questão fiscal, que tem sido a questão preponderante para os investidores de títulos públicos. “De maneira geral, o tesouro tem visto o comportamento dos mercados de forma bastante saudável, e em termos de financiamento da dívida pública, rolagens e emissões o tesouro tem conseguido com bastante sucesso executar”, finalizou Vital.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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