O Brasil deixou o grupo das 10 maiores economias do mundo em 2020. É que, com o tombo do Produto Interno Bruto (PIB) e a alta do dólar, a economia brasileira caiu da nona para a 12ª colocação do ranking das principais economias do globo, segundo levantamento da Austin Rating.
O PIB do Brasil caiu 4,1% em 2020, diante da crise de covid-19. O resultado é o pior desde 1990 e levou de R$ 7,3 trilhões para R$ 7,4 trilhões a soma das riquezas produzidas no país, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (3/2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, fica ainda maior quando se coloca o Brasil no cenário internacional.
Estudo da Austing Rating explica que os R$ 7,4 trilhões do PIB nacional equivalem a US$ 1,42 trilhão, segundo a cotação média do dólar em 2020, que foi de R$ 5,24. É 21% a menos que em 2019, quando o PIB do Brasil somou US$ 1,8 trilhão. Por isso, o Brasil foi ultrapassado pelo Canadá, pela Coreia e pela Rússia no ranking das principais economias mundiais.
"Quando convertemos o PIB do Brasil para o dólar, há o efeito da variação cambial. E a moeda brasileira teve uma perda de 32,9% em 2020. Isso faz com que o PIB tenha uma diminuição muito forte em dólar", comentou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, lembrando que o dólar saiu de R$ 4,26 para quase R$ 6 no ano passado por conta das incertezas fiscais e da crise política enfrentada pelo país em meio à pandemia de covid-19.
Com o baque, o Brasil caiu da nona para a 12ª posição no ranking das 10 maiores economias mundiais e ainda passou a representar apenas 1,6% da economia global, ante os 2,1% registrados em 2019. E a projeção da Austing Rating, aliadas às perspectivas de crescimento mundial do Fundo Monetário Internacional (FMI), é que o Brasil continue perdendo espaço no cenário mundial em 2021.
Segundo a agência de risco, o Brasil pode passar a ser a 15ª economia mundial neste ano, representando apenas 1,5% do PIB global. "O Brasil vai crescer este ano, mas os outros países emergentes devem crescer o dobro do Brasil. Ou seja, o Brasil não cresce mais que os seus pares para tirar a diferença e ainda tem um problema fiscal enorme que faz com que a moeda continue desvalorizada frente ao dólar", explicou Agostini.
O economista diz, então, que o país precisa avançar com medidas que garantam o retorno do crescimento doméstico, mas também com ações que ajudem a conter a desvalorização cambial. E cita como exemplo disso o andamento das reformas, o ajuste fiscal e o fim dos embates políticos que marcam a relação do governo de Jair Bolsonaro com o Congresso Nacional e os governadores.
O Ministério da Economia ainda não comentou a queda do Brasil no ranking global. Porém, avaliou como "moderado" o tombo do PIB do Brasil em 2020, já que a queda de 4,1% foi menor que o esperado no início da pandemia e também que o tombo registrado por países como México (-8,7%) e Reino Unido (9,9%). O levantamento da Austing Rating revela, contudo, que a retração brasileira superou a média dos BRICs, cujo PIB caiu cerca de 3% em 2020.
Veja a lista das maiores economias mundiais em 2020, segundo a Austin Rating:
1º Estados Unidos
2º China
3º Japão
4º Alemanha
5º Reino Unido
6º Índia
7º França
8º Itália
9º Canadá
10º Coreia
11º Rússia
12º Brasil
13º Austrália
14º Espanha
15º Indonésia
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.