Brasília

Mercado piora projeções econômicas para 2021 e já vê Selic em 5,25%

Boletim Focus desta semana traz revisões da inflação, do dólar, da Selic e do PIB

Marina Barbosa
postado em 12/04/2021 10:50 / atualizado em 12/04/2021 20:26
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press - 3/4/2020)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press - 3/4/2020)

O mercado financeiro piorou as expectativas para os principais indicadores econômicos brasileiros no Boletim Focus desta semana. Os economistas já esperam, por exemplo, a inflação batendo 4,85% e a taxa básica de juros (Selic) subindo a 5,25% até o fim deste ano.

No Boletim Focus desta semana, divulgado nesta segunda-feira (12/4) pelo Banco Central (BC), os economistas do mercado financeiro elevaram de 4,81% para 4,85% a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021. A mediana era de 4,6% há um mês e vem subindo por conta do impacto da alta dos combustíveis, que tem pressionado a inflação oficial brasileira.

Os economistas ainda elevaram a projeção para a taxa de câmbio, de R$ 5,35 para R$ 5,37. Apesar de ter iniciado a semana em leve queda, a moeda é negociada a R$ 5,63 nesta segunda-feira. Afinal, vem sendo pressionada pelas incertezas que rondam o país diante do avanço da pandemia de covid-19 e dos impasses fiscais como o do Orçamento.

Por conta dessa perspectiva de alta da inflação e do dólar, os economistas do mercado financeiro também revisaram para cima a projeção da taxa básica de juros. Agora, a expectativa é de que a Selic chegue a 5,25% e não a 5% até o fim do ano.

Após quase seis anos em queda, a Selic subiu de 2% para 2,75% no mês passado por conta da pressão dos preços. E o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC já indicou que a taxa básica de juros deve sofrer outra alta de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê, em maio.

O Copom espera fazer uma "normalização parcial" da Selic neste ano, já que, apesar de a alta da inflação exigir a subida dos juros, a atividade econômica ainda requer condições estimulativas por conta da crise da covid-19. A diretoria do BC tem lembrado, então, que o cenário pode mudar e que riscos fiscais podem intensificar a alta dos juros.

Diante desse cenário, alguns economistas projetam uma subida mais forte da taxa básica de juros em maio. O economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, por exemplo, acredita que a Selic vai ser elevada para 3,75% na próxima reunião do Copom.

"A piora nas expectativas reforça nosso call de alta de 100 pontos base na Selic para a reunião de maio a despeito de sinalizações claras da Autoridade Monetária no sentido de dar uma alta de 75 pontos base. A piora do cenário de inflação e ruídos fiscais dos mais variados irão forçar uma alta mais forte dos juros para fazer o BCB ficar a frente da curva", afirmou Perfeito.

PIB

Ainda no Boletim Focus desta semana, o mercado piorou expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021. A mediana era de 3,41% no início do ano, mas vem sendo reduzida há seis semanas por conta do impacto da segunda onda da pandemia de covid-19 na atividade econômica. E, desta vez, caiu de 3,17% para 3,08%.

Para 2022, por sua vez, o mercado manteve a projeção de crescimento de 2,33% do PIB e a perspectiva de que a Selic vai chegar a 6%. Já a projeção para a inflação do próximo ano, que há um mês estava em 3,50%, subiu de 3,52% para 3,53%.

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