Governança

Petrobras terá comando interino até a posse de general

Conselho de Administração da estatal decidiu nomear Carlos Alberto de Oliveira, diretor executivo de exploração e produção, como substituto de Roberto Castello Branco. Segundo a companhia, a antiga gestão cumpriu metas como redução de custos e compromisso com sustentabilidade

Vera Batista
postado em 12/04/2021 23:29
Castello Branco foi destituído do cargo de presidente da Petrobras  -  (crédito: Credito Reprodução/Petrobras)
Castello Branco foi destituído do cargo de presidente da Petrobras - (crédito: Credito Reprodução/Petrobras)

Após sete horas de reunião, a Petrobras informou nesta segunda-feira (12/04) os resultados da Assembleia Geral Extraordinária (AGE). O Conselho de Administração nomeou como presidente interino o diretor Executivo de Exploração e Produção, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, até a eleição e posse de novo mandante. Segundo o comunicado, Oliveira fica no cargo até que o substituto de Roberto Castello Branco, o general o general Joaquim Silva e Luna, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, tome posse.

A AGE aprovou a destituição de Castello Branco do cargo de membro do Conselho de Administração, o que acarretou sua saída também da presidência da companhia, “uma vez que o presidente deve ser um dos membros do Conselho de Administração por força de previsão estatutária (artigo 20 do Estatuto Social da Petrobras)”. Os diretores executivos que, por sua vez, informaram não ter interesse em renovar os mandatos continuam no cargos até a posse dos sucessores, conforme divulgado em 24 de março de 2021.

“A companhia agradece o importante trabalho realizado pelo Roberto Castello Branco, por sua liderança, dedicação e contribuição, desde sua chegada em janeiro de 2019 à frente da Presidência da companhia e como membro do Conselho de Administração. Roberto teve um papel fundamental para desalavancagem da companhia, melhoria da alocação de capital, com foco nos investimentos em ativos de classe mundial, e aceleração de desinvestimentos de ativos não prioritários”, destacou a nota divulgada pela Petrobras.

O documento também ressaltou que, por meio da implementação dos cinco pilares estratégicos, a gestão de Castello Branco deixa os seguintes resultados: redução de custos e configuração para mantê-los em trajetória descendente; aumento da produtividade; aceleração da transformação digital; lançamento de compromissos de baixo carbono e sustentabilidade; foco na meritocracia e criação de valor.

A Petrobras informou ainda que a AGE foi feita de forma exclusivamente digital. Além da saída de Roberto da Cunha Castello Branco, o Conselho de Administração aprovou, por maioria, a destituição dos demais sete membros do Conselho de Administração, eleitos pelo processo do voto múltiplo na Assembleia Geral Ordinária de 22 de julho de 2020. O colegiado chancelou também a eleição de oito membros pelo processo de voto múltiplo.

Política de preços

Foram eleitos Cynthia Santana Silveira, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, como presidente do Conselho de Administração e os demais membros: Joaquim Silva e Luna, Marcelo Gasparino da Silva, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza, Ruy Flaks Schneider e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos.

A crise na Petrobras começou em fevereiro, quando Bolsonaro disse que Castello Branco ficou “11 meses sem comparecer na companhia”. Dos 11 nomes indicados para compor o Conselho de Administração, vários foram considerados inaptos, por terem atuado em empresas com relação direta com a Petrobras nos últimos anos.

Segundo especialistas, a troca no comando da Petrobras deve afetar a política de reajuste de preços dos combustíveis. A tendência é de que a estatal considere as variações do mercado de combustíveis a médio prazo, reduzindo o impacto imediato das oscilações de preço no bolso do consumidor.

 

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