Banco Central

Dívida Bruta do governo geral fecha a R$ 6,729 tri, 84% do PIB, diz BC

Dado é uma das referências para avaliação da capacidade de solvência do país. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil

Vera Batista
postado em 30/07/2021 11:46 / atualizado em 30/07/2021 12:32
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press - 3/4/2020)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press - 3/4/2020)

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG, que inclui governo federal, INSS e governos estaduais e municipais) atingiu R$ 6,729 trilhões em junho, o equivalente a 84% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país), com redução de 0,6 ponto percentual do PIB em relação a maio, informou o Banco Central. A expectativa do mercado é de que, mesmo com essa queda pontual, o aumento de despesas para fazer frente à pandemia da covid-19, a dívida bruta se eleve nos próximos meses no Brasil.

O resultado positivo para o país, apontou o BC, ocorreu, principalmente, em razão do crescimento do PIB nominal (com redução de 1 ponto percentual), do efeito da valorização cambial (menos 0,3 ponto percentual), das emissões líquidas de dívida (aumento de 0,2 ponto percentual), e da incorporação de juros nominais (aumento de 0,4 ponto percentual). No ano, a redução de 4,9 pontos percentuais na relação DBGG/PIB decorre do crescimento do PIB nominal (redução de 6,3 pontos percentuais), dos resgates líquidos de dívida (redução de 0,9 ponto percentual), da valorização cambial acumulada (redução de 0,2 ponto percentual) e da incorporação de juros nominais (aumento de 2,6 pontos percentuais).

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), em junho, ficou em R$ 4,878 trilhões (60,9% do PIB) em junho, elevação de 1,1 ponto percentual do PIB no mês, devido sobretudo aos impactos do deficit primário (aumento de 0,8 ponto percentual). Mas também interferiram a valorização cambial de 4,4% no mês (aumento de 0,8 ponto percentual) e o efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 0,7 ponto percentual). No ano, a relação DLSP/PIB caiu 1,8 ponto percentual, evolução decorrente, sobretudo, do efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 4,4 pontos percentuais), dos juros nominais apropriados (aumento de 1,8 ponto percentual), e da valorização cambial acumulada de 3,74% (aumento de 0,6 ponto percentual).

Contas no vermelho

O setor público consolidado registrou deficit primário de R$ 65,5 bilhões em junho, ante deficit de R$ 188,7 bilhões em junho de 2020, informou o BC. No Governo Central houve deficit primário de R$ 75,1 bilhões no mês e nos governos regionais e nas empresas estatais, superavits de R$ 8,4 bilhões e R$ 1,2 bilhão. No primeiro semestre do ano, o setor público consolidado registrou deficit primário de R$ 5,2 bilhões, ante deficit de R$ 402,7 bilhões no mesmo período de 2020. Nos últimos 12 meses, o deficit primário do setor público consolidado ficou em R$ 305,5 bilhões (3,81% do PIB), mantendo a trajetória de redução do ano.

O BC informou, ainda, que os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, alcançaram R$ 10,1 bilhões em junho, comparativamente a R$ 21,5 bilhões no mesmo mês de 2020. Redução foi influenciada pela evolução favorável das operações de swap cambial no período (ganho de R$ 21,7 bilhões em junho de 2021 ante perda de R$ 4,9 bilhões em junho de 2020), parcialmente compensada pelo aumento dos índices de preços e da taxa Selic. No acumulado de 12 meses, os juros nominais chegaram a R$ 284,2 bilhões (3,55% do PIB), ante R$ 359,8 bilhões (4,89% do PIB) nos 12 meses encerrados em junho de 2020.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 75,6 bilhões em junho de 2021. No acumulado dos últimos 12 meses, o deficit nominal alcançou R$ 589,7 bilhões (7,36% do PIB), reduzindo-se em relação ao acumulado até maio, R$ 724,3 bilhões (9,15% do PIB).

 

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