CONJUNTURA

Serviços avançam 1,7% em junho e chegam ao maior nível em cinco anos

Em relação ano ano passado, o setor registrou a quarta taxa positiva consecutiva ao avançar 21,1% em junho deste ano. Destaque para serviços como tecnologia da informação, consultoria empresarial, transporte de carga e armazenagem de mercadorias

Vera Batista
postado em 12/08/2021 11:01 / atualizado em 12/08/2021 11:06
 (crédito: Julio Jacobina/DP/D.A Press - 13/10/11)
(crédito: Julio Jacobina/DP/D.A Press - 13/10/11)

Em junho de 2021, o volume de serviços no Brasil avançou 1,7% em relação a maio, acumulando ganho de 4,4% nos últimos três meses. Com esse resultado, o setor se recupera frente ao período pré-pandemia, ficando 2,4% acima de fevereiro de 2020, e chega ao patamar mais elevado desde maio de 2016, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quinta-feira (12/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na série sem ajuste sazonal, em relação a junho de 2020, o setor registrou a quarta taxa positiva consecutiva ao avançar 21,1% em junho de 2021.

O acumulado no ano chegou a 9,5% e o acumulado em 12 meses manteve a trajetória ascendente iniciada em fevereiro deste ano (-8,6%). Mesmo com o avanço, o setor ainda está 9,1% abaixo do recorde histórico, de novembro de 2014. O desempenho do setor em junho foi puxado por todas as cinco atividades investigadas pelo IBGE, com destaque para os serviços de informação e comunicação (2,5%), que chegou ao ponto mais alto da série. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,7%) e serviços prestados às famílias (8,1%) também se sobressaíram no período.

Com menores impactos, vieram os serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%) e os outros serviços (2,3%), que mostraram crescimento acumulado no período maio-junho de 3,6% e 3,5%, respectivamente. De acordo com Rodrigo Lobo, analista da pesquisa, “embora todas as atividades tenham avançado, esse resultado se deve, principalmente, a um conjunto de serviços que se beneficiou da própria pandemia ou não foi tão afetado por ela”, aponta.

“São setores mais dinâmicos, mais focados em inovação e em capital do que em mão de obra, que conseguiram se reposicionar aproveitando as oportunidades geradas pela pandemia, dado o efeito que ela teve na atividade econômica”, explica Lobo. Nesse grupo, diz ele, estão serviços como tecnologia da informação, consultoria empresarial, serviços financeiros auxiliares, transporte de carga, apoio logístico e armazenagem de mercadorias, por exemplo.

“Esses segmentos não estão correlacionados com a prestação de serviços presenciais, e estão mostrando um dinamismo significativo, colocando o setor de serviços, em junho de 2021, no patamar de maio de 2016”, acrescenta ele.

O técnico aponta, ainda, que os serviços prestados às famílias, impulsionados pelo segmento de alojamento e alimentação, tiveram a terceira taxa positiva em junho, avançando no período 40,3%, depois de ter sofrido impacto, em março deste ano (-28,0%), com o fechamento ou a limitação de funcionamento de estabelecimentos considerados não essenciais para controle da disseminação do vírus.

Mas a atividade, contudo, ainda opera 22,8% abaixo do período pré-pandemia, “porque ainda há algum receio da população em consumir serviços dessa natureza, além das restrições de funcionamento em alguns estabelecimentos”, observa o analista do IBGE.

Em junho, 23 das 27 unidades da Federação tiveram crescimento no volume de serviços, frente ao mês anterior. Entre os locais com taxas positivas, o impacto mais importante veio de Rio de Janeiro (5,4%), seguido por São Paulo (0,5%), Minas Gerais (2,4%), Rio Grande do Sul (3,4%), Pernambuco (5,4%), Santa Catarina (3,1%) e Distrito Federal (3,3%). Por outro lado, Mato Grosso (-5,0%), Bahia (-0,8%) e Tocantins (-1,8%) registraram as únicas retrações no período. Alagoas (0,0%) ficou estável.

Na comparação com junho de 2020, o volume de serviços, ao avançar 21,1%, registrou a quarta taxa positiva seguida. E é a terceira acima dos 20 pontos percentuais. Esse crescimento foi acompanhado por todas as cinco atividades e contou ainda com crescimento em 83,1% dos 166 tipos de serviços investigados.

Avanço de 9,5%

Com o avanço de 21,1% em junho, o setor de serviços fechou o primeiro semestre deste ano com crescimento de 9,5%, com avanços em todas as cinco atividades pesquisadas e em mais da metade (63,3%) dos 166 tipos de serviços investigados. Entre os setores, as contribuições positivas mais importantes ficaram com transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (14,8%) e informação e comunicação (8,4%).

“Até o acumulado de maio apenas os serviços prestados às famílias estavam no campo negativo. Com as informações de junho, esse segmento se juntou aos demais no campo positivo. Todos cresceram em qualquer comparação”, ressalta Rodrigo Lobo.

Atividades turísticas

O índice de atividades turísticas avançou 11,9% em junho na comparação a maio. É a segunda taxa positiva seguida, período em que acumulou crescimento de 43,0%. O turismo ainda necessita crescer, contudo, 29,5% para retornar ao patamar pré-pandemia, em fevereiro do ano passado. Todas as 12 unidades da Federação observadas nesse indicador apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (5,3%), seguido por Rio de Janeiro (12,4%) e Minas Gerais (19,7%).

A pesquisa

A PMS produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no país, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação, informa o IBGE. Há resultados para o Brasil e todas as unidades da Federação. Os resultados podem ser consultados no Sidra.

 

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