PIB

Dívida pública recua, mas ainda representa 83,8% do PIB

Dívida bruta do governo se manteve em R$6,79 trilhões em julho, registrando a menor desaceleração desde junho do ano passado, aponta Banco Central

Fernanda Fernandes
postado em 31/08/2021 15:04 / atualizado em 31/08/2021 15:15
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) recuou 0,1% no mês julho, segundo dados estatísticos divulgados pelo Banco Central (BC), nesta terça-feira (31/08). "O percentual é o menor desde junho de 2020", disse o chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha. O BC aponta que a dívida pública, que se manteve em R$6,79 trilhões em julho, ainda equivale a 83,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A instituição demonstra que os números da dívida pública vêm desacelerando desde fevereiro deste ano, quando foi registrado patamar histórico da dívida bruta, chegando a 89,3% do PIB. Em junho, esse percentual foi de 84%, com desaceleração de 0,6 ponto porcentual em comparação a maio, informa o BC.

A DBGG compreende as dívidas do governo federal, INSS e de governos estaduais e municipais. De acordo com o BC, a redução em julho decorreu, principalmente, do crescimento do PIB nominal (redução de 0,9%), das emissões líquidas de dívida (aumento de 0,2%), e da incorporação de juros nominais (aumento de 0,5%). No ano, a redução da dívida bruta em relação ao PIB é de 5%, e se baseia, segundo nota explicativa do Banco Central, no crescimento do PIB nominal (redução de 7,3 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (redução de 0,7 p.p.), da valorização cambial acumulada (-0,1%), e da incorporação de juros nominais, com aumento de 3,0%.

As estatísticas de julho divulgadas, hoje, também trazem resultados fiscais da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), que atingiu R$4.893,3 bilhões em julho, o equivalente a 60,3% do PIB, com redução de 0,5% no mês. Segundo o BC, esse resultado refletiu os impactos do crescimento do PIB nominal, da desvalorização cambial de 2,4% no mês, dos juros nominais apropriados e do déficit primário, que foi de R$10,3 bilhões em julho, ante déficit de R$81,1 bilhões em julho de 2020.

O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo sem considerar os juros da dívida pública. De acordo com as estatísticas fiscais, no Governo Central e nas empresas estatais houve déficits primários de R$16,8 bilhões e R$786 milhões, respectivamente. Já nos governos regionais, houve saldo positivo de R$7,3 bilhões.

“No acumulado no ano, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$15,5 bilhões, ante déficit de R$483,8 bilhões no mesmo período de 2020. Nos últimos doze meses, o déficit primário do setor público consolidado atingiu R$234,7 bilhões (2,89 % do PIB), mantendo a trajetória de redução observada no ano”, diz a nota.

Com relação aos juros nominais do setor público, o BC demonstra alcance significativo de R$45,1 bilhões em julho, ante R$5,8 bilhões no mesmo mês de 2020. “Esse aumento foi influenciado pela evolução desfavorável das operações de swap cambial no período e pelo aumento do IPCA e da taxa Selic”, diz a instituição, ao demonstrar a perda de R$8,9 bilhões em julho de 2021, na comparação com os R$16,3 bilhões no mesmo período de 2020, devido à volatilidade do preço do câmbio."No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$323,5 bilhões (3,99% do PIB) em julho deste ano, ante R$338,1 bilhões (4,60% do PIB) nos doze meses terminados em julho do ano passado", diz ainstituíção.

No resultado geral, que inclui o resultado primário e os juros nominais, houve redução de R$55,4 bilhões em julho de 2021. No acumulado dos últimos doze meses, o déficit nominal alcançou R$558,2 bilhões (6,88% do PIB), reduzindo 0,47% em relação ao acumulado até junho deste ano.

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