Crise

Para 70% dos brasileiros, a economia do país está péssima ou ruim

Maioria da população (56%) afirma que situação pirou nos últimos seis meses. Em relação ao futuro, população está dividida: 34% acham que vai melhorar; 27% acreditam que vai ficar igual e 32% estão pessimistas e acham que irá piorar

Fernanda Strickland
postado em 10/12/2021 11:02 / atualizado em 10/12/2021 11:03
 (crédito: Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press         )
(crédito: Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press )

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) por meio do Instituto FSB revela que sete em cada 10 brasileiros consideram a situação econômica atual do Brasil ruim ou péssima. Para 80% dos entrevistados, essa é uma das piores crises econômicas que o país já enfrentou. Apenas 22% da população acredita que, em comparação com os últimos 6 meses, a economia melhorou. Para 56%, ela piorou.

A visão de futuro está dividida: 34% estão otimistas e acreditam que a situação vai melhorar um pouco (27%) ou muito (7%); 27% acham que ela vai permanecer estável e 32% estão pessimistas. Para estes últimos, a economia ainda vai piorar muito (17%) ou um pouco (15%).

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, diz que o olhar atento e qualificado para o cenário internacional mostra que os países que conseguiram melhor enfrentar a crise econômica gerada pela pandemia foram aqueles que contam com uma indústria forte. “A solução para reverter a situação em que o Brasil se encontra passa necessariamente pelo investimento em inovação e pela aprovação de reformas estruturantes que melhorem o ambiente de negócios no país. Esse é o caminho para gerar emprego e renda”, comentou.

Segundo a pesquisa, no auge da pandemia, a indústria se mobilizou para produzir equipamentos de segurança, como máscaras, e o medo de perder o emprego interrompeu série de quedas durante a pandemia, voltando a crescer, de 52%, em julho, para 61% em novembro. Para 16% o temor é muito grande: para 24%, ele é grande e para 21%, médio. O percentual dos que não têm qualquer receio encolheu de 32% para 21% da população empregada.

Para agravar a situação, 64% dos entrevistados afirmam que a economia brasileira ainda não começou a se recuperar da crise econômica causada pela pandemia e 52% acreditam que essa recuperação vai levar mais de um ano para ocorrer ou não vai acontecer. O percentual é a soma daqueles que pensam que ela vai ocorrer de um ano até dois anos (16%), em mais de dois anos (36%). Para 4%, essa recuperação não vai ocorrer.

Inflação afetou três em cada quatro brasileiros

A pesquisa mostra que para 73% da população a inflação aumentou muito (51%) ou um pouco (22%) nos últimos seis meses e três em cada quatro brasileiros (75%) dizem que sua situação financeira foi afetada pelo aumento dos preços. A maioria dos entrevistados acredita que a situação ainda deve piorar nos próximos seis meses. De acordo com 29% dos brasileiros, a inflação ainda deva aumentar muito e, para 25%, ela ainda vai subir um pouco.

Diante das dificuldades, 74% dos entrevistados tiveram de reduzir os seus gastos, percentual igual a maio de 2020, no início da pandemia Entre aqueles que afirmaram que diminuíram as suas despesas, 58% afirmam que a redução foi muito grande (20%) ou grande (38%). Os percentuais de redução de gastos são os maiores registrados pela pesquisa desde o início da pandemia: 18 pontos percentuais acima do segundo maior índice (40%), registrado em maio de 2020 e abril de 2021, momentos em que a pandemia estava em momentos mais agudos.

A pesquisa da CNI por meio do Instituto FSB entrevistou 2.016 brasileiros com idade a partir de 16 anos, nas 27 unidades da Federação entre os dias 18 e 23 de novembro. A margem de erro no total da amostra é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

 

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação