INFLAÇÃO

Guedes diz que reajuste de salários de servidores pode colaborar com recessão

Durante coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (17/12), ministro da Economia apresentou resoluções da pasta em 2021 e perspectivas para o próximo ano

Questionado pelo Correio, durante uma coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (17/12), sobre um provável cenário de recessão apontado pelo mercado financeiro e já reconhecido como “possível” pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o ministro Paulo Guedes voltou a defender a tese de que o aumento de investimentos no país, em 2022, e o impulsionamento do consumo devido ao novo programa de renda mínima do governo, podem ser determinantes para números mais positivos.

“Vai haver uma resultante do vetor de desaceleração (da economia), que está expressa nos juros subindo, combatendo a inflação. É o vetor de R$1,2 trilhão, contratados para o próximo ano, em compromissos de investimentos. Temos também o auxílio ao consumo, com o Auxílio Brasil de R$400. Então a gente não sabe ainda o resultado. Por isso estou advertindo, cuidado com os pessimistas, porque já erraram muito”, ressaltou Guedes.

Ainda segundo o líder da pasta da Economia, o risco de uma recessão em 2022 será maior se “os juros subirem muito e os salários (de servidores) tiverem todos sendo reajustados”. “Aí vai acontecer isso (recessão)”, completou.

Guedes atribuiu, também, a alta arrecadação de 2021, à interrupção dos reajustes em 2020. “Não foi acidente. (...) Vocês assistiram nossa luta para interromper o aumento de salários no ano passado. O Congresso não permitiu (o impedimento) e tivemos que pedir ao presidente para convocar os governadores e fazer acordo político. E isso salvou o Brasil”, defendeu o ministro.

Apoio do presidente

Outras duas questões destacadas por Paulo Guedes na coletiva de imprensa desta sexta foram as “deficiências no teto de gastos” e a possibilidade de permanência do ministro à frente da pasta econômica, caso Bolsonaro seja reeleito em 2022. “Acho que o Teto tem algumas deficiências sérias. É muito válido como uma bandeira, mas não pode ser um dogma. Provamos isso ano passado, quando chegou a doença (em referência a covid-19) e criamos um orçamento de guerra”, disse. Segundo o ministro, apesar do “assassinato de reputação” que tem ocorrido da mídia contra sua imagem, Bolsonaro o apoia. “Se eu fico ou se eu saio... O presidente apoia as reformas, a resposta tá aí, e a mídia tá entendendo”, respondeu.

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