MERCADO FINANCEIRO

Após cinco dias no negativo, Ibovespa fecha com leve alta pela primeira vez no ano

A subida foi de apenas 0,46%, simplório em vista da queda acumulada de 3,11% ao longo da semana

Após fechar no negativo por cinco dias seguidos, a bolsa de valores brasileira terminou a quinta-feira (6/1) no azul pela primeira vez no ano. O objetivo era atingir os 102 mil pontos no fim do pregão, mas o Ibovespa acabou ficando com 101.561. A alta foi singela: 0,46%, simplório em vista da queda acumulada de 3,11% ao longo da semana. O giro financeiro hoje foi de R$ 20 bilhões e o dólar fechou a R$ 5,680, com queda de 0,56%.


O impulso para a discreta recuperação veio principalmente de ações do setor de commodities, que operaram em alta na maior parte do dia, destacou Paulo Paiva, diretor executivo da BeCapital Research, empresa de consultoria de investimentos. O especialista frisa que a operação ainda não é sinônimo de bom desempenho: “É considerada uma alta muito singela ante a desvalorização de -2,42% no dia anterior”.


Paiva lembra a influência do mercado estadunidense nos resultados brasileiros. “Ontem, o Ibovespa teve um recuo de quase 2,5%. O tombo veio depois de o Fed ter anunciado um discurso mais duro, já que um aperto na política monetária norte-americana diminuiria a liquidez dos mercados globais, refletindo nos ativos de renda variável”, disse.


A expectativa conforme o posicionamento do Banco Central dos EUA é de que, daqui dois meses, os juros do país devem sofrer a primeira de três elevações até o fim de 2022. Paiva observa que “mesmo com estes três movimentos de alta, os juros americanos ficarão muito abaixo da Selic. Porém, vale lembrar que a taxa de atratividade de investir em um país com o risco soberano BB - como o Brasil é infinitamente inferior a de se investir em um país com um rating histórico AAA como os EUA”, detalha, alertando para o risco de fuga de capital estrangeiro da bolsa brasileira.


Apesar disso, os dados da indústria, mesmo que tendo piora, devem esfriar o cenário de inflação, tirando a pressão das taxas de juros brasileiras, que vêm subindo sem chance de respiro ao longo dos últimos meses. Ao que parece, os papéis ligados à infraestrutura, mineração, siderurgia e fabricação de maquinário, além do desempenho no mercado do setor bancário e empresas exportadoras devem ser os responsáveis por puxar para cima a pontuação do Ibovespa, ao menos ao longo dos próximos meses.

 

*Estagiários sob supervisão de Pedro Grigori

 

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