PACOTE DE BONDADES

"Sobra de caixa que vai acumulando", diz Guedes sobre pacote de medidas

Ministro da Economia voltou a citar "Segunda Guerra", em referência ao conflito na Ucrânia. Segundo ele, medidas anunciadas não terão impacto fiscal

Rosana Hessel
postado em 17/03/2022 19:54 / atualizado em 17/03/2022 19:54
De acordo com o ministro, o pacote de quatro medidas que devem injetar mais de R$ 150 bilhões, serão feitos com
De acordo com o ministro, o pacote de quatro medidas que devem injetar mais de R$ 150 bilhões, serão feitos com "sobra de caixa que vai acumulando" por conta do aumento da arrecadação do governo federal - (crédito: Antônio Cruz/Agência Brasil)

Ao comentar sobre o pacote de medidas anunciadas no Palácio do Planalto para estimular o consumo, anunciado nesta quinta-feira (17/3), o ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou fazer uma contextualização para corrigir a gafe do dia anterior ao afirmar que o Brasil estava preparado para a Segunda Guerra Mundial. Ele voltou a utilizar o termo para se referir ao conflito da Ucrânia – que vem provocando uma disparada da inflação global – e ainda disse que o país está preparado “para os próximos desafios”.

“Os brasileiros vão poder ter recursos e sacar até R$ 1 mil, pois estamos no momento de dificuldade e de uma segunda grande guerra. Nos levantamos da primeira guerra, que foi a pandemia, e fomos atingidos por uma segunda guerra”, disse Guedes em seu discurso.

De acordo com o ministro, o pacote de quatro medidas que devem injetar mais de R$ 150 bilhões, serão feitos com “sobra de caixa que vai acumulando” por conta do aumento da arrecadação do governo federal, para estimular o empréstimo até para pessoas negativadas – algo que nenhum banco privado faz, porque o calote é certo. Ele e o ministro do Trabalho e Previdência, Ônix Lorenzoni, afirmaram que não haverá impacto fiscal nas medidas.

E, no caso do saque do FGTS, o ministro ainda garantiu que o governo está “protegendo o orçamento de saneamento e de infraestrutura" que são financiados pelo fundo do trabalhador. De acordo com ele, apenas o saque de até R$ 1 mil do FGTS vai beneficiar 40 milhões de brasileiros e injetar R$ 30 milhões na economia, se todos os titulares do Fundo fizerem o saque.

Na avaliação do ministro, as medidas buscam beneficiar os 38 milhões de “invisíveis” que passaram a receber o auxílio emergencial durante a pandemia e que passaram a ter contas digitais na Caixa para o pagamento do benefício, que contribuiu para estimular o consumo em 2020 e em 2021.

“O Brasil caiu menos durante a pandemia e já está com o déficit zerado. Estamos preparados para enfrentar os próximos desafios”, garantiu Guedes. Ele disse ainda que todas as medidas do pacote de medidas de estímulo ao consumo são as mesmas que já foram adotadas na pandemia e vão na direção de democratização do acesso ao crédito”.

Entre elas, a ampliação do limite de acesso de 35% para 40% para o crédito consignado e a antecipação do 13º salário dos aposentados. “Fizemos lá atrás, na pandemia, e, agora, a mesma coisa. Se a comida subir de preço, vamos proteger os aposentados e deixar ele sacar o 13º. E vamos ter novas medidas lá na frente”, afirmou.

Um novo pacote de ações do Ministério da Economia será anunciado na semana que vem e inclui isenção do Imposto de Renda para investidores estrangeiros e incentivo à reciclagem, segundo fontes do governo.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação