A estatal saudita Saudi Aramco, maior exportadora de petróleo do mundo, afirmou no domingo (20/3) que aumentará os gastos com a produção de petróleo para atender a demanda reprimida por energia.
A confirmação vem na esteira das críticas do presidente-executivo da companhia, Amin Nasser, à transição rápida do mundo para uma economia verde e sobre como o baixo investimento em petróleo pode ameaçar a segurança energética global.
Apesar das críticas, a Aramco registrou lucro líquido de US$ 110 bilhões, em 2021, 124% acima de 2020, quando fechou o ano com lucro de US$ 49 bilhões.
Sinalizações
No contexto atual, o mundo passa por um aumento na demanda por petróleo devido às retomadas econômicas no pós-vacinação, com uma perspectiva de baixos estoques, devido à guerra na Ucrânia promovida pela Rússia — que ameaça tirar milhões de barris do mercado.
Vale lembrar que a Saudi Aramco pertence à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) — liderados pela Arábia Saudita e outros 10 países exportadores não membros que são liderados pela Rússia —, quadro que demonstra a pressão das sanções aos russos na cadeia do mercado de energia.
O grupo já estava em lento processo de retomada em suas produções para elevar os preços do barril no mercado internacional. A estratégia era compensar as perdas ocasionadas pelo intenso lockdown no pico da pandemia.
O anúncio feito nesse domingo indica que a estatal está em processo de aumento de sua capacidade máxima de produção de 12 milhões para 13 milhões de barris por dia até 2027. Os investimentos em 2021 foram de US$ 31,9 bilhões e irão aumentar para US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões em 2022.
Não só a companhia, mas a própria Opep+ também deve anunciar um novo aumento em suas produções. A próxima reunião acontece em 31 de março.
Brasil
No país, o barril de petróleo chegou a ser cotado a US$ 140. O mercado interno vem absorvendo os preços devido à política de preços da Petrobras. A confirmação da Saudi Aramco também pode representar um alívio futuro nos preços dos combustíveis no Brasil — ainda que continuem elevados enquanto a Rússia é sancionada pela guerra.
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