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Como estatal desbancou Apple do topo das empresas mais valiosas do mundo

A Apple perdeu sua posição como a empresa mais valiosa do mundo e a Aramco, produtora estatal de petróleo e gás da Arábia Saudita, passou para o topo da lista

BBC
Peter Hoskins - BBC
postado em 13/05/2022 15:14 / atualizado em 13/05/2022 15:14
Ações da Apple registraram queda de mais de 5% em Nova York na quarta-feira (11/5) -  (crédito: Getty Images)
Ações da Apple registraram queda de mais de 5% em Nova York na quarta-feira (11/5) - (crédito: Getty Images)

A Apple perdeu sua posição como a empresa mais valiosa do mundo em meio a uma ampla liquidação de ações da área de tecnologia.

Nesse cenário, a Aramco, produtora estatal de petróleo e gás da Arábia Saudita, passou para o topo da lista. É a primeira vez que a Aramco ocupa o primeiro lugar desde 2020.

Investidores têm vendido ações de empresas de tecnologia à medida que migram para o que consideram ativos menos arriscados.

O brasileiro Nubank, por exemplo, maior banco digital do mundo, é um dos que vem sofrendo com esse movimento. Desde sua estreia na Bolsa de Nova York, em dezembro do ano passado, suas ações já caíram 60% e a fintech perdeu o posto de banco mais valioso do Brasil e da América Latina.

Bitcoin, outras grandes criptomoedas e ativos digitais também continuaram a cair acentuadamente.

As ações da Apple registraram queda de mais de 5% em Nova York na quarta-feira (11/5) - a empresa encerrou o pregão com um valor de mercado de US$ 2,37 trilhões (R$ 12,2 trilhões).

Com isso, a gigante de tecnologia perdeu sua posição como a empresa mais valiosa do mundo para a produtora de petróleo e gás Aramco, avaliada em US$ 2,42 trilhões (R$ 12,4 trilhões).

As ações dos produtores de energia subiram neste ano devido ao aumento do custo do petróleo bruto e do gás natural.

Enquanto isso, as ações da Apple caíram quase 20% no mesmo período, após uma venda maciça de ações de tecnologia.

A bolsa americana Nasdaq fechou em queda de 3,2% em Nova York nesta quarta-feira, depois que dados oficiais mostraram que a inflação nos EUA atingiu a maior alta em quase 40 anos.

O aumento generalizado dos preços tem sido a maior ameaça à recuperação da economia global à medida que o mundo emerge da pandemia de covid-19.

Bancos centrais responderam ao problema aumentando as taxas de juros, o que fez com que investidores liquidassem ativos mais arriscados devido a preocupações de que o custo mais alto dos empréstimos deve desacelerar o crescimento econômico.

No Brasil, não foi diferente. O Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 12,75% ao ano, a décima alta consecutiva.

O movimento de evitar ativos de risco também ajudou a empurrar para baixo o preço do bitcoin. A maior e mais conhecida criptomoeda do mundo já perdeu cerca de 60% de seu valor desde que atingiu um recorde em novembro do ano passado.

A Ether, a moeda digital ligada à rede blockchain ethereum, também caiu acentuadamente, perdendo mais de 40% de seu valor na última semana.

Tim Cook, CEO da Apple
Apple
Em janeiro, a Apple se tornou a primeira empresa do mundo a valer US$ 3 trilhões

Impacto da pandemia

Em janeiro, a Apple se tornou a primeira empresa do mundo a valer US$ 3 trilhões, quase duas vezes o PIB brasileiro em 2020 (Produto Interno Bruto, ou soma de bens e serviços de um país). A gigante de tecnologia aumentou seu valor durante a pandemia de covid-19, já que os gastos com aparelhos aumentaram durante as quarentenas.

Outras empresas de tecnologia também viram a demanda por seus produtos disparar ao mesmo tempo em que as pessoas se tornaram mais dependentes de smartphones, tablets e laptops. Em um período de pouco mais de 16 meses, o valor de mercado da Apple saltou de US$ 2 trilhões para US$ 3 trilhões.

Enquanto isso, a gigante estatal do petróleo Saudi Aramco se beneficiou do aumento dos preços da energia.

A Arábia Saudita é o maior produtor do cartel de petróleo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e a Saudi Aramco mais que dobrou seu lucro líquido, para US$ 110 bilhões em 2021, acima dos US$ 49 bilhões em 2020.

A reabertura das economias após as medidas de restrição da covid-19 levou a um forte aumento nas tarifas de energia em 2021, e este ano a guerra na Ucrânia elevou os preços ainda mais, uma vez que os países buscam alternativas à Rússia para suprimentos.


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