O presidente Jair Bolsonaro (PL) recuou do reajuste diferenciado às categorias de segurança pública e afirmou que concederá reajuste geral de 5% a todo o funcionalismo público. Ele também apelou para que os servidores não façam greves.
A ideia inicial do presidente era conceder uma porcentagem maior às carreiras da segurança pública. Contudo, a maioria do funcionalismo se mobilizou para reivindicar sua fatia no Orçamento. Eles pedem aumento acima de 20%, para compensar o congelamento dos últimos anos durante a pandemia.
“A proposta lá atrás era dar um pouco mais para os policiais, houve reação dos servidores. Hoje em dia o que está na mesa é: 5% para todo mundo e a PRF teria isonomia no topo junto com agentes da PF. O pessoal do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) teria um reajuste um pouco maior, nada além disso”, disse Bolsonaro a jornalistas na saída da capela São Pedro Nolasco, na Vila Telebrasília, ontem.
O reajuste prometido pelo presidente é uma tentativa de retomar o diálogo com os servidores da segurança pública, que se consideram desprestigiados pelo governo. Mas o movimento provocou a reação de outras categorias, que se mobilizaram e ameaçam promover greves em massa. “Eu apelo aos servidores, reconheço o trabalho de vocês, mas a greve não vai ser solução, porque não tem dinheiro no Orçamento. Eu sou o primeiro presidente a ter teto no Orçamento. Outros não tinham, poderiam reajustar, eu não posso”, afirmou o presidente.
Bolsonaro ainda afirmou que enfrenta dificuldades orçamentárias em relação a despesas obrigatórias, Plano Safra, abonos e pagamentos dos precatórios. Nas contas do presidente, tudo soma R$ 10 bilhões, o que implica dar qualquer reajuste maior. Segundo ele, com o reajuste dos servidores, somariam mais R$ 7 bilhões nas despesas. “Eu tenho um teto e tenho que enfiar tudo isso embaixo do teto. (...)Eu posso chegar nos 5%”, afirmou.
“Não posso dar um corte linear. Tem ministério que tem programas estratégicos. Eu não posso, por exemplo, diminuir alguns programas da Defesa que são enquadrados como tal. Vou cortar onde? Saúde e educação? Vai ter que ser cortado de algum lugar”, frisou.
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