Habitação

Novo subsídio do Casa Verde e Amarela deve aquecer economia, diz especialista

Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) anunciou, nesta quarta-feira (25/5), que prepara um pacote de medidas de estímulos para reequilibrar o programa Casa Verde e Amarela (CVA). Economistas avaliam o aumento do subsídio como positivo

Tainá Andrade
Isabel Dourado*
postado em 26/05/2022 19:41 / atualizado em 26/05/2022 19:52
O acréscimo será de 12,5% a 21,4%, variando conforme a região, a renda familiar e o tamanho da população do município -  (crédito: Lucas Pacífico/CB/D.A Press)
O acréscimo será de 12,5% a 21,4%, variando conforme a região, a renda familiar e o tamanho da população do município - (crédito: Lucas Pacífico/CB/D.A Press)

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) anunciou, nesta quarta-feira (25/5), que prepara um pacote de medidas de estímulos para reequilibrar o programa Casa Verde e Amarela (CVA). A medida vai aumentar o valor do subsídio para famílias de baixa renda financiarem imóveis por meio do programa.

O acréscimo será de 12,5% a 21,4%, variando conforme a região, a renda familiar e o tamanho da população do município. O objetivo é ampliar o número de moradias entregues já que o programa habitacional vem perdendo fôlego. Dados da Câmara da Indústria da Construção (CBIC) mostram uma redução de 40% no número de lançamentos de imóveis no âmbito do Casa Verde e Amarela, no primeiro trimestre deste ano

Em nota, o ministério informou que, além dos subsídios imediatos, estuda ajustes nas condições de financiamento. É o caso da ampliação do limite de renda das famílias do grupo 2 dos atuais R$ 4 mil para R$ 4,4 mil, e do grupo 3, de R$ 7 mil para R$ 7,7 mil.

As medidas permitiriam ainda que mais pessoas entrem no programa. A pasta informou que também avalia estabelecer carência de seis meses para o início do pagamento, além de ampliar o prazo de 30 para 35 anos.

O governo ainda não informou os novos valores a serem aplicados a cada região do país, mas divulgou uma simulação de compra. Nos primeiros quatro meses do ano, o programa já possibilitou a contratação de 100 mil unidades habitacionais.

Com o aumento do subsídio do programa a expectativa é que haja a contratação de 400 mil unidades ao longo de todo o ano.

Na visão do professor do departamento de economia da Universidade de Brasília, Carlos Alberto Ramos o aumento do subsídio ao programa é importante, no entanto, o especialista frisa que é essencial olhar para a inflação, para o desemprego e para a renda dos brasileiros.

"Qualquer subsídio beneficia ao público alvo. Vai ficar muito mais fácil para as pessoas, mas o balanço mesmo vai depender desse programa e de outras variáveis, como a inflação, o desemprego e a renda. Ou seja, pode ter um subsídio, mas se outras variáveis não vão na mesma direção podem neutralizar os potenciais benefícios do programa".

O economista Mathias Schneid explicou que o aumento do subsídio vai auxiliar as pessoas de baixa renda e promover um aquecimento na economia.

“Esse subsídio aumentou e isso faz com que aumentem as construções de casas. A medida que a construção desses imóveis novos aumenta faz com que também aumente a demanda. Ou seja, mais pessoas estarão trabalhando, construindo esses imóveis novos, mais negócios estarão sendo feitos. Empresas vendendo materiais de construção, por exemplo, setor de serviços, como pintores, e marceneiros também estarão sendo mais demandados. Então esse dinheiro injetado na economia faz com que ela (a economia) fique mais aquecida".

O Casa Verde e Amarela é o principal programa de habitação popular do governo federal e substituiu o Minha Casa Minha Vida (MCMV), em vigor desde 2009. 

Virginia Prestes, economista e professora de finanças da Fundação Armando Alvares Penteado também avalia a medida positivamente e frisa a importância do aumento do subsídio.

“Qualquer percentual de auxílio a mais é muito impactante pras pessoas de baixa renda. Tem um peso muito grande para quem ganha poucos salários mínimos. Essas pessoas, muitas vezes, conseguem comprar a casa própria por conta desses programas do governo e usando o FGTS para dar entrada e isso diminui muito a parcela que vão pagar.”

*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes

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