DESESTATIZAÇÃO

Oferta de ações da Eletrobras começa em 3 de junho

Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Eletrobras informou que a oferta primária (de novos papéis) será de 627,67 milhões de ações

Fernanda Strickland
postado em 28/05/2022 06:00
Quem tem conta no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vai poder participar da privatização da empresa. Dos quase R$ 35 bilhões da operação, R$ 6 bilhões foram reservados para quem tem recursos no fundo -  (crédito: Eletrobras/Divulgação)
Quem tem conta no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vai poder participar da privatização da empresa. Dos quase R$ 35 bilhões da operação, R$ 6 bilhões foram reservados para quem tem recursos no fundo - (crédito: Eletrobras/Divulgação)

O anúncio, ontem (27/5), da oferta pública de ações para a privatização da Eletrobras, aumentou a expectativa do mercado sobre a operação, que pode movimentar um total de R$ 34,6 bilhões. Especialistas, porém, afirmam que os investidores precisam ter calma.

O economista Vinícius do Carmo destacou que a privatização incluiu alguns aspectos polêmicos. "Como a manobra do Congresso para obrigar a empresa a investir em termelétricas, criando a possibilidade de haver questionamentos na Justiça que poderão fazer o preço do ativo sofrer alguma volatilidade", disse. Conforme a Eletrobras, até este momento, estão em curso 27 processos que contestam o modelo de desestatização da empresa.

Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Eletrobras informou que a oferta primária (de novos papéis) será de 627,67 milhões de ações. Maior acionista da estatal, a União não participará da operação, para permitir que o controle da empesa passe ao capital privado. A oferta primária inclui American Depositary Receipts (ADRs), títulos representativos das ações da estatal emitidos nos Estados Unidos. Além disso, haverá uma oferta secundária (papéis já existentes) de 69,80 milhões de ações do BNDESPar.

O período de reserva será de 3 a 8 de junho. O processo de coleta de intenções de investimento ("bookbuilding") será concluído em 9 de junho, quando será definido o preço por ação. O comunicado da Eletrobras informa, ainda, que a quantidade de ações da oferta inicial poderá ser acrescida de um lote suplementar de até 15% do total das ações.

Quem tem conta no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vai poder participar da privatização da empresa. Dos quase R$ 35 bilhões da operação, R$ 6 bilhões foram reservados para quem tem recursos no fundo.

A aquisição será feita por meio de fundos chamados FMP-FGTS, que estão sendo colocados à disposição do público por gestoras ligada a bancos. O valor mínimo para as cotas dos fundos que usam o FGTS é de R$ 200,00. A Eletrobras diz que está garantida uma alocação mínima de R$ 5 mil e máxima de R$ 50 mil para esses investidores. Quem tem posições em fundos da Petrobras e da Vale poderá migrar para os da elétrica.

O investidor do varejo também poderá ingressar na oferta por meio da aquisição direta de ações. O valor mínimo de alocação por investidor é de R$ 1 mil, mas as instituições financeiras terão liberdade para aceitar valores menores.

Dívida

A Eletrobras republicou o balanço do primeiro trimestre para incluir, no parecer do auditor independente, um parágrafo que enfatiza as incertezas decorrentes da decisão da subsidiária Furnas de assumir uma dívida arbitral de R$ 1,58 bilhão da Santo Antônio Energia (Saesa), caso outros parceiros na hidrelétrica não cumpram sua parte. Isso poderá causar efeito adverso nos dados financeiros da companhia.

(Colaborou Michelle Portela)

 


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