Emprego

Ipea: 20,4 milhões de brasileiros podem trabalhar em home office

Segundo pesquisa do Ipea divulgada nesta sexta-feira (27/5), 24,1% do total de pessoas ocupadas no mercado de trabalho brasileiro podem trabalhar de forma remota

Isabel Dourado*
postado em 27/05/2022 14:51
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Cerca de 20,4 milhões de trabalhadores estão em ocupações que podem ser realizadas de forma remota, o que representa 24,1% do total de pessoas ocupadas no mercado de trabalho brasileiro. Os dados foram feitos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada em panorama do potencial de trabalho remoto no país divulgado nesta sexta-feira (27/5).

Segundo o estudo, o home office predomina entre mulheres (58,3%), pessoas brancas (60%), com nível superior completo (62,6%) e na faixa etária entre 20 e 49 anos (71,8%).

Mais da metade desses trabalhadores em teletrabalho potencial encontra-se na região Sudeste, que tem o maior percentual, 27,7%; seguida pela região Sul, com 25,7%, e Centro-Oeste, com 23,5%. Nas regiões Norte e Nordeste, o patamar é inferior, respectivamente, de 17,4% e 18,5%.

Brasil urbano x Brasil rural

Embora as pessoas em ocupações com potencial de serem realizadas de forma remota representem 24,1% da força de trabalho, esses trabalhadores são responsáveis por 40,4% da massa de rendimentos total. O recorte por região mostrou que a maior contribuição para esse montante vem da região Sudeste, puxada principalmente pelo estado de São Paulo, que tem 47,6% do total de rendimentos efetivos gerados por pessoas em teletrabalho potencial.

O contingente e o percentual de teletrabalho potencial no Brasil urbano supera o do Brasil rural. Ainda assim, haveria cerca de 650 mil pessoas em teletrabalho potencial no campo, o que corresponde a 6,4% do total de ocupados na zona rural.

"As estimativas indicaram o predomínio, como esperado, do teletrabalho na zona urbana. Não obstante, a área rural conta com mais de 650 mil pessoas em teletrabalho potencial, o que corresponde a 6,4% do total de ocupados (na zona rural)", apontou a Carta de Conjuntura divulgada pelo Ipea.

O Sudeste conta com o maior percentual de pessoas ocupadas potencialmente em home office em ambas as zonas (29,2% urbana e 7% rural). Em contrapartida, a região Norte, cujo contingente de teletrabalho potencial nas zonas urbana e rural corresponde a, respectivamente, 20,5% e 4,9% do total de ocupados, está no outro extremo. A região Nordeste, que apresenta o quarto maior percentual de teletrabalho potencial na zona urbana (21,2%), salta para a segunda colocação quando se observa a zona rural (6,7%).

As unidades da Federação com maior número de trabalhadores em home office são o Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. O Pará apresenta o menor percentual. 

Pretos e pardos

Em muitas UFs do Norte e do Nordeste, o percentual de pessoas pretas ou pardas no teletrabalho potencial passa de 70%, com destaque para o Amapá, onde o resultado foi de 80,5%. A exceção nessas regiões é o Rio Grande do Norte, onde o percentual fica próximo de 50%.

Em nenhum estado da região Sul o total de pretos e pardos nessa situação é superior a 25%, com destaque para Santa Catarina (10,1%). Já no Centro Oeste e em alguns estados do Sudeste, a situação é intermediária: 60% e 46%, respectivamente, no Mato Grosso e em Minas Gerais, por exemplo.

Ao analisar as regiões metropolitanas do país, a que mais se destaca é a de Florianópolis, com cerca de 40,4% das pessoas ocupadas em regime potencial de teletrabalho, apesar de Santa Catarina ser apenas o quinto estado no ranking de teletrabalho potencial, com 25,4% das vagas de trabalho.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação