Conjuntura

PIB brasileiro cresceu 0,3% no mês de abril, aponta Ibre-FGV

Monitor do PIB da FGV, divulgado na última terça-feira (21/6), aponta crescimento de 0,3% na atividade econômica de abril na comparação com o mês anterior

Michelle Portela
postado em 22/06/2022 18:02

O PIB do ano ainda deverá sofrer as consequências das incertezas que o período eleitoral trazem para investidores, de acordo com o pesquisador Cláudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). O Monitor do PIB da FGV, divulgado nessa terça-feira (21/6), aponta crescimento de 0,3% na atividade econômica de abril na comparação com o mês anterior. 

Embora o crescimento de 0,3% do PIB em abril seja o terceiro consecutivo registrado na pesquisa, ele revela um desempenho de retração em diversos setores, e o prenúncio é que a situação se agrave devido às eleições de 2022.

O consumo das famílias também cresce pelo terceiro mês consecutivo. "Mas observamos o movimento que, para elas, também é mais arriscado investir. Por exemplo, a compra de eletrodomésticos, ou seja, bens duráveis, é motivo de dúvida para essas famílias que podem esperar para comprar depois", explica o pesquisador. 

Para Cláudio Considera, o principal motivo para a retração no comportamento do consumidor é o período eleitoral, que exige diferentes estratégias por parte do governo. "É um ano muito confuso, cheio de incertezas para investimentos. Medidas como liberar o décimo terceiro para aposentados e pensionistas podem contribuir para mitigar a retração econômica", avalia. 

De acordo com a pesquisa do Ibre, o único segmento de consumo a retrair foi o de produtos duráveis, com redução de 5,8% no consumo, o que pode ser reflexo da elevação da taxa de juros e das incertezas com relação ao desempenho econômico e político no ano eleitoral. Estima-se que o acumulado do PIB até abril, em valores correntes, foi de R$ 2,98 trilhões.

Famílias

O Monitor do PIB da FGV mostra que o consumo das famílias cresceu 4,8% no trimestre móvel encerrado em abril de 2022 em comparação ao mesmo mês do ano passado. O consumo de serviços (7,5%), de bens não duráveis (2,1%) e de bens semiduráveis (13,3%) foi responsável por esse crescimento. Em contrapartida, o consumo de bens duráveis foi o único componente em queda.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que são os investimentos, teve retração de 5,2% no mesmo período. Esse resultado negativo foi influenciado pela elevada queda no componente de máquinas e equipamentos (10,7%), que apresenta taxas negativas desde o início de 2022.

A pesquisa também mostra que, levando em conta dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a exportação de bens e serviços apresentou crescimento de 1,5% no trimestre móvel finalizado em abril em comparação ao mesmo período do ano passado. 

A importação de bens e serviços apresentou retração de 8,2% no trimestre móvel finalizado em abril em comparação ao mesmo período do ano passado. Essa queda foi influenciada principalmente pelo desempenho negativo na importação de bens intermediários (14,5%).

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