Crise

Quase metade dos brasileiros faz bico para complementar renda

Segundo pesquisa, serviços de faxina, manutenção e marido de aluguel estão entre as opções mais comuns para ter uma renda extra

Rafaela Gonçalves
postado em 11/08/2022 17:39 / atualizado em 11/08/2022 17:39
 (crédito: Iano Andrade/CB/D.A Press)
(crédito: Iano Andrade/CB/D.A Press)

Uma pesquisa do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), em parceria com o Instituto Cidades Sustentáveis, apontou que 45% dos brasileiros fazem trabalhos extras para complementar a renda, o famoso bico. A pesquisa foi realizada em todas as cinco regiões do país, e o montante corresponde a 70,2 milhões de brasileiros.

Os serviços gerais são os bicos mais comuns para a maioria dos brasileiros: 13% dos entrevistados fizeram, nos últimos 12 meses, algum tipo de faxina, manutenção ou até serviços de marido de aluguel. Em segundo lugar no ranking está a produção de alimentos em casa para venda, com 8%; e em terceiro, a opção de anunciar roupas e outros artigos usados para a venda, com 6%.

Ainda de acordo com o estudo, as regiões onde o bico é mais popular são Norte e Centro-Oeste, onde quase 48% da população fez algum tipo de trabalho para complementar a renda. Os pesquisadores perceberam ainda que as famílias com renda menor do que um salário mínimo e evangélicos têm maior necessidade de fazer um trabalho extra e muitos recorreram à alternativa com a pandemia.

Dificuldades para comprar comida

Segundo a pesquisa, a fome e a pobreza também aumentaram visivelmente para três quartos dos brasileiros, o equivalente a quase 126 milhões de pessoas. A maior dificuldade dos que responderam à pesquisa é comprar alimentos.

O estudo aponta que 47% dos entrevistados têm visto ou conhecem uma pessoa com dificuldades para comprar comida, enquanto 37% perceberam o aumento da população de pessoas em situação de rua. Já 29% relataram ter observado o crescimento de ambulantes trabalhando em semáforos, e 17% disseram ter notado o aumento de ocupações em seu município.

A pesquisa recolheu depoimentos de 2 mil brasileiros com mais de 16 anos de 128 municípios, entre os dias 1 e 5 de abril de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

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