Emprego

Crise global aumentará desemprego na América Latina, diz levantamento

Estudo aponta que as taxas de desocupação na América Latina voltaram a patamares pré-pandemia, mas crise global preocupa futuro do mercado

João Gabriel Freitas*
postado em 06/09/2022 17:31 / atualizado em 06/09/2022 17:32
Área que mais contrata no Brasil atualmente é o setor de serviços, com destaque para serviços de limpeza doméstica -  (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)
Área que mais contrata no Brasil atualmente é o setor de serviços, com destaque para serviços de limpeza doméstica - (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)

A crise econômica internacional pode afetar a geração de emprego na América Latina e no Caribe, apesar da recuperação dos níveis de emprego em 2022. Segundo levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), no primeiro trimestre de 2022 a taxa de desocupação da região atingiu 7,9%, número próximo ao patamar do mesmo período em 2019.

No entanto, a instituição indica que os mercados de trabalho da região enfrentam um futuro complexo e incerto, que pode ser caracterizado pelo aumento da desocupação, da informalidade e do número de trabalhadores pobres.

A OIT destaca que um baixo crescimento econômico, a alta inflação e uma crise global agravada pela guerra entre Rússia e Ucrânia afetam tanto a quantidade quanto a qualidade dos empregos gerados na região e poderiam prolongar o forte impacto da crise gerada pela pandemia na região sobre o trabalho.

Cenário nacional

A realidade do mercado brasileiro acompanha a onda econômica da América Latina. O Brasil criou 218,9 mil empregos com carteira assinada em julho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

A reabertura da economia tem ajudado sobretudo a retomada do setor de serviços, área que mais contrata no país. Dentro do segmento, um dos destaques é o setor de serviços de limpeza doméstica. No ano passado, apenas os serviços prestados por diaristas independentes e empregados domésticos formalizados movimentaram R$ 70 bilhões no Brasil de acordo com relatório do banco americano JP Morgan. Porém, os bons números não tornam o grupo imune às incertezas da informalidade e da desocupação no país.

O relatório da OIT enfatizou que a falta de dinamismo econômico começou a ser percebida no início de 2022, com sinais incipientes de retrocesso nos indicadores médios do trabalho na região, que vinham melhorando continuamente há vários meses.

Inovação

Em meio ao panorama de piora em relação à ocupação, plataformas on-line ascendem como uma forma de conectar trabalhadores a pessoas que precisam do serviço. Uma desses facilitadores é o Parafuzo, aplicativo que liga servidores a possíveis contratantes em mais de 100 cidades em 18 estados brasileiros.

A empresa atingiu mais de 1 milhão de serviços, número expressivo e que coloca a Parafuzo como o maior player digital do segmento. O sistema funciona como canal de busca em que o cliente pode consultar os preços e agendar o serviço a ser prestado por um profissional doméstico de acordo com o seu perfil e suas necessidades.

Para Francisco Belda, co-CEO da Parafuzo, a maneira de contratação de serviços domésticos está migrando dos meios tradicionais para mecanismos digitais. “Até então, consumidores brasileiros estavam acostumados com a contratação de serviços domésticos através dos tradicionais canais off-line, sendo que a grande maioria das contratações acontecia por meio de indicações de terceiros, quase sempre de modo informal, no chamado boca a boca.”

"Atualmente, percebemos uma aceleração da migração para o on-line, assim como já ocorreu em diversos outros setores. Este movimento não é uma exclusividade brasileira, em outros continentes como América do Norte, Europa e Ásia já há um mercado digital mais consolidado para estes serviços. Acreditamos que o Brasil é a bola da vez”, explicou o gestor.

*Estagiário sob a supervisão Andreia Castro

 

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