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Recuperando perdas da pandemia, exportação de cachaça brasileira cresce 38%

Segundo o balanço do setor divulgado no Anuário da Cachaça 2021, no ano passado a cachaça foi exportada para 67 países, sendo o Paraguai e a Alemanha os principais destinos

Rafaela Gonçalves
postado em 13/10/2022 22:19 / atualizado em 13/10/2022 22:19
O número de municípios brasileiros com pelo menos uma cachaçaria registrada passou de 586, em 2020, para 611 em 2021 -  (crédito: Divulgação)
O número de municípios brasileiros com pelo menos uma cachaçaria registrada passou de 586, em 2020, para 611 em 2021 - (crédito: Divulgação)

A exportação brasileira de cachaça cresceu 38,4% em 2021 em relação ao ano anterior, um montante de US$ 13.178.050. Segundo o balanço do setor divulgado no Anuário da Cachaça 2021, apresentado nesta quinta-feira (13/10) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), no ano passado a cachaça foi exportada para 67 países, sendo o Paraguai e a Alemanha os principais destinos — em volume, que registrou um crescimento de 29,5% na exportação, o equivalente a 7.221.219 litros.

No que se refere ao valor da mercadoria exportada, os Estados Unidos foram o maior mercado de exportação para a cachaça, avaliado em US$ 3.481.872. Destaca-se também a Europa, com sete países entre os dez principais parceiros econômicos na compra de cachaça. O continente foi responsável por um mercado de US$ 6.238.439. A cachaça é um produto típico brasileiro, por isso não há importação deste produto.

“Passado esse período da pandemia, em que a gente teve uma grande retração das nossas exportações, quando a olhamos de janeiro a setembro deste ano, as nossas exportações já cresceram nos colocando em termos de valores praticamente nos mesmos patamares que a gente tinha de exportação em 2019, período pré-pandemia”, destacou o Carlos Lima, diretor executivo do IBRAC, entidade representativa do setor.

Para o diretor do departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do MAPA, Glauco Bertoldo, apesar do saldo positivo, ainda é preciso investir na divulgação do produto. “A cachaça é um produto muito característico brasileiro e nós temos dois principais compradores que são os Estados Unidos e a União Europeia. Conseguimos colocar um volume do nosso produto no mercado internacional, mas ainda é modesto comparada a exportação mundial de bebidas destiladas. Precisamos investir em campanhas e aumentar nossa produção para que a gente possa cada vez mais competir com a tequila, por exemplo”, afirmou.

Em 2021, atingiu-se a marca de 4.969 registros de cachaças, sendo que desses, 810 continham mais de uma marca comercial no mesmo número de registro. Isso ocorre porque quando se tem produto idêntico dentro do mesmo estabelecimento, é utilizado o mesmo registro de produto para todas as diferentes marcas comerciais utilizadas. A média brasileira é de 5,2 registros de produtos por estabelecimento.

Sudeste domina a produção

O número de municípios brasileiros com pelo menos uma cachaçaria registrada passou de 586, em 2020, para 611 em 2021. Apesar do aumento no número de municípios, o documento relata a diminuição de 2% na quantidade de estabelecimentos produtores de cachaça registrados no Mapa: em 2020, esse número foi de 955, enquanto 2021 fechou em 936 estabelecimentos. No período, foram registradas 98 novas cachaçarias e outras 117 cancelaram seus registros, o que corresponde a uma redução líquida de 19 cachaçarias em relação ao ano anterior.

A Região Sudeste domina a produção de cachaça, com 620 cachaçarias que representam 66,2% do total no país. Em seguida, o Sul segue com 138, Nordeste com 130, Centro-Oeste com 39 e o Norte com nove estabelecimentos. Minas Gerais lidera em número de estabelecimentos registrados, com 353 cachaçarias, e com maior número de municípios, 207, com ao menos uma cachaçaria registrada. Além disso, é a unidade da Federação com a maior densidade, com a marca de um estabelecimento para cada 60.315 habitantes.

Para o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, o anuário é importante para ajudar a estruturar a cadeia da bebida. "Essa cadeia, que é tão antiga, carecia de uma estruturação. Não há setor que avance se não houver uma organização", disse. Ele também destacou a importância de ampliar o reconhecimento internacional da cachaça. "É inadmissível termos um produto tão genuíno brasileiro e não conseguirmos mostrar isso ao mundo".

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