Com inflação recorde, BCE eleva juros a maior nível desde 2009

Taxa de refinanciamento passou de 1,25% para 2,00%, a de depósitos, de 0,75% para 1,50%, e a de empréstimos, de 1,50% a 2,25%

Rafaela Gonçalves

postado em 27/10/2022 10:54

(crédito: Daniel Roland/AFP)

Na tentativa de conter a persistente inflação recorde na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) elevou os juros básicos em 75 pontos-base. Segundo comunicado, divulgado nesta quinta-feira (27/10), a taxa de refinanciamento passou de 1,25% para 2,00%, a de depósitos, de 0,75% para 1,50%, e a de empréstimos, de 1,50% a 2,25%.

Em setembro, a taxa anual de inflação ao consumidor da zona do euro atingiu patamar recorde de 9,9%, ainda impulsionada pelo choque dos preços de energia deflagrado pela guerra da Rússia na Ucrânia.

O banco central dos 19 países que compartilham o euro repetiu ainda seus planos de continuar reinvestindo o lucro de 3,3 bilhões de euros em títulos que comprou sob seu Programa de Compra de Ativos (APP, na sigla em inglês) nos últimos oito anos, quando pensava que a inflação iria permanecer baixa. "O Conselho do BCE pretende continuar reinvestindo, na totalidade, os pagamentos principais de títulos vencidos comprados sob o APP por um período de tempo prolongado", disse o comunicado.

Copom

Ontem, o Banco Central do Brasil decidiu por manter a taxa básica da economia (Selic) em 13,75% ao ano no segundo dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Foi o segundo encontro seguido do Comitê em que a Selic não é alterada. Em setembro, a autoridade monetária manteve os juros no atual patamar e vem sinalizando que a Selic deverá continuar em patamar elevado por um longo período.