INFLAÇÃO

Após três meses de deflação, IPCA tem alta de 0,59% em outubro

Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,70%; nos últimos 12 meses, ficou em 6,47%

Rafaela Gonçalves
postado em 10/11/2022 10:44 / atualizado em 10/11/2022 11:06
 (crédito:  Ed Alves/CB)
(crédito: Ed Alves/CB)

Após três meses consecutivos de deflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, fechou outubro em 0,59%, puxado pelos alimentos. Segundo os dados, divulgados nesta quinta-feira (10/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,70%. Já nos últimos 12 meses, ficou em 6,47%. Em outubro de 2021, a taxa havia sido de 1,25%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em outubro. A maior contribuição do mês, 0,16 ponto percentual (p.p.), veio de Alimentação e bebidas (0,72%), que havia recuado 0,51% em setembro. Na sequência, vieram Saúde e cuidados pessoais (1,16%) e Transportes (0,58%), com impactos de 0,15 p.p. e 0,12 p.p., respectivamente. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 73% do IPCA de outubro. Já a maior alta do mês foi do grupo Vestuário (1,22%).

"Há um claro contraste, porque alimentação e transportes, os dois grupos de maior peso, tiveram variação negativa em setembro e altas em outubro", comenta o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês. Apenas Comunicação teve queda, de 0,48%.

A alta nos alimentos foi puxada pela alimentação no domicílio (0,80%), com batata-inglesa e tomate contribuindo, juntos, com 0,07 p.p do resultado total do mês. O grupo também registrou aumentos na cebola e nas frutas. Entre as quedas, destaque para o leite longa vida (-6,32%), que já havia recuado 13,71% em setembro, e o óleo de soja (-2,85%), que marcou a quinta queda consecutiva.

Na alimentação fora do domicílio, que cresceu 0,49%, o lanche desacelerou e saiu de 0,74% em setembro para 0,30% em outubro, enquanto a refeição seguiu caminho inverso, de 0,34% em setembro para 0,61% em outubro.

Passagem mais cara

No grupo de Transportes, cujo índice passou de queda de 1,98% em setembro para alta de 0,58% em outubro, Kislanov aponta dois fatores preponderantes para o resultado. “Além do aumento da passagem aérea, de 27,38%, também foi importante o recuo no preço dos combustíveis, de 1,27%, menos intenso do que no mês anterior, quando a queda foi de 8,50%”, ressalta.

A gasolina (-1,56%), o óleo diesel (-2,19%) e o gás veicular (-1,21%) seguem trajetória de queda, mas o etanol registrou alta de 1,34%. Também houve recuo nos preços dos transportes por aplicativo, que subiram em setembro.

No segmento Vestuário, a influência em outubro foi da alta nos preços das roupas masculinas (1,70%) e das roupas femininas (1,19%). "Esse aumento tem acontecido desde a retomada do isolamento", lembra o pesquisador Kislanov, ressaltando que, nos últimos 12 meses, a variação acumulada do setor foi de 18,48%, a maior entre os nove grupos que compõem o IPCA. 

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