Mercado

Campos Neto pede atenção ao setor financeiro: "O mercado não é um monstro"

Presidente do BC também recomendou uma comunicação transparente com a equipe de transição para reduzir possíveis impactos negativos nas despesas com a PEC da Transição

Raphael Pati*
postado em 18/11/2022 17:21
 (crédito: CB/D.A. Press)
(crédito: CB/D.A. Press)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que “é importante ter disciplina fiscal e olhar para o social”, em referência a discursos recentes do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre priorizar os programas sociais em detrimento do mercado financeiro. Campos Neto também recomendou uma comunicação transparente com a equipe de transição para reduzir possíveis impactos negativos nas despesas com a PEC da Transição.

“Gerar incertezas tira o espaço que você tem para gastar. E quando você tem essa perda de credibilidade, por não conseguir comunicar o que quer fazer, provavelmente significa que, no fim, você não vai conseguir fazer o que queria”, disse o presidente do BC em palestra no Nacional Bloomberg Leader’s Circle, nesta sexta-feira (18/11), em São Paulo. “O mercado não é um monstro, é apenas uma máquina que aloca recursos”, afirmou.

Mesmo defendendo a importância de dar atenção ao mercado, o presidente do BC ressaltou que a pandemia da covid-19 gerou “demandas” que devem ser pagas, entre elas, os problemas sociais que surgiram após os lockdowns. “É preciso ser fiscalmente responsável, mas entendemos que há um problema social que precisa ser endereçado”, defendeu.

Deficit no PIB

Durante a exposição, Campos Neto apresentou um estudo feito pelo Banco Central que aponta que um possível valor de R$ 175 bilhões acima do teto de gastos para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição pode levar a um deficit de 1,5% do PIB no resultado primário de 2023, ante previsão anterior de 0,8%. Além disso, a dívida também pode subir de 77,7% para 81,9%, ou mais.

O presidente do BC ainda alertou que, se houver necessidade, deve estender ainda mais o período de alta da taxa básica de juros, que hoje é de 13,75%. “Se acreditarmos que convergência não acontecerá por fiscal, vamos reagir”, disse.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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