NOVO GOVERNO

Além de Galípolo, Haddad confirma Bernard Appy na equipe econômica

Appy é renomado especialista na área de tributos e com bastante receptividade no mercado financeiro

Rosana Hessel
postado em 13/12/2022 19:18 / atualizado em 13/12/2022 22:11
 (crédito: Reprodução/Youtube PT)
(crédito: Reprodução/Youtube PT)

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou os primeiros nomes da equipe econômica, na tarde desta terça-feira (13/12), com os economistas Bernard Appy e Gabriel Galípolo encabeçando a lista.

Galípolo foi escolhido para ser o número dois de Haddad na Fazenda, chefiando a secretaria-executiva. Appy, renomado especialista na área de tributos e autor da proposta de reforma tributária que foi elaborada pela Câmara dos Deputados, a PEC 45/2020, parada no Congresso e com bastante receptividade no mercado financeiro. Diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCFi), Appy vai chefiar a secretaria especial da Reforma Tributária da pasta.

Haddad confirmou que o Ministério da Economia será desmembrado em três pastas: Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exteriror (Mdic) e pediu paciência ao mercado para aguardar a equipe completa.

O futuro ministro defendeu um novo modelo de política econômica que “coloque o pobre no Orçamento”. “Temos que compatibilizar a responsabilidade fiscal com a responsabilidade social”, afirmou. Uma das primeiras medidas que ele fará uma revisão das receitas do Orçamento, porque elas estão superdimensionadas e “houve uma farra eleitoral”.

Durante o anúncio, Haddad ainda defendeu um novo arcabouço fiscal diferente e sem um teto de gastos. “Um arcabouço fiscal novo é imprescindível, uma vez que o atual, praticamente decaiu e não é respeitado há três ou quatro anos. E, neste ano, que ele poderia ser respeitado do ponto de vista orçamentário, isso não aconteceu”, afirmou.

Na avaliação de Haddad, o atual governo tomou “medidas desesperadas” que criaram despesas que precisarão ser corrigidas no ano que vem e que somam R$ 450 bilhões, como a falta de critérios de elegibilidade adotada para reduzir antes das eleições a fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que vai gerar um custo extra de R$ 17 bilhões no Orçamento do próximo ano.

Mais cedo, após encontro com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Haddad confirmou a jornalistas o nome de Gabriel Galípolo como secretário-executivo da Fazenda. Antes, em reunião com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, e secretários da pasta, o economista foi apresentado como o número dois do ministério que será recriado.

De acordo com Haddad, os presidentes dos bancos públicos serão escolhidos por Lula. Antes da entrevista aos jornalistas, em cerimônia de entrega final dos relatórios dos grupos de trabalho, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou o nome do ex-senador e ex-ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A notícia não agradou os mercados e o Tesouro Nacional foi obrigado a interromper as negociações dos títulos públicos. "O mercado reagiu mal com a notícia porque entendem que alguns avanços feitos nos últimos anos podem ter retrocessos, como mudanças na Lei das Estatais e a volta da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) ”, explicou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

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