O resultado do IPCA-15 de dezembro foi um dos fatores que levaram a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) a registrar mais uma dia no azul, ontem. O Ibovespa recuperou a linha dos 109 mil pontos e se manteve mais uma vez bem à frente dos índices acionários americanos e europeus. Foi o quinto ganho consecutivo do principal indicador da B3, uma sequência que não se via desde o período entre 17 e 21 de outubro. Com alta de 2% no dia, fechando aos 109.994 pontos,o índice avançou 6,65% na semana. No mês, ainda registra recuo de 2,48%.
O movimento da sexta-feira ficou em R$ 23,2 bilhões, abaixo da média que vem sendo negociada na bolsa e, segundo analistas, acabou favorecendo a alta. "O nível de negociação um tanto menor, aqui como no exterior, favoreceu a volatilidade na sessão pré-Natal, com muita gente já de fora, pelo feriado", disse Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3. Além disso, as mudanças feitas na PEC da Transição, reduzindo o período de gastos acima do teto continuaram repercutindo positivamente entre os investidores, "bem como a recepção aos nomes já anunciados pelo governo eleito", para os ministérios e as áreas técnicas da Fazenda. "Não foi negativo como se chegou a temer", afirmou.
O apetite por investimento de risco foi amparado também pelo resultado do IPCA-15 de dezembro, num momento em que os investidores têm refeito contas com relação à taxa básica de juros, a Selic, tendo em vista a possibilidade de expansão fiscal em 2023 no Brasil, em paralelo ao aumento de juros ainda em curso em economias centrais, como Estados Unidos e Zona do Euro.
"O IPCA-15 ficou em 0,52% em dezembro, o que traz o índice anual de 6,17% para 5,90%, alinhado com o IPCA cheio. Não trouxe surpresas ruins, nem nenhuma grande mudança, após o período de deflação, especialmente em transportes entre julho e outubro. Há uma estabilidade saudável, mas é preciso seguir acompanhando nos próximos meses", avaliou Bruno Mori, economista e sócio-fundador da Sarfin.
No mercado de câmbio, o dólar apresentou a quarta baixa consecutiva, cotado a R$ 5,166 para venda, em queda de 0,38%. Com o resultado, a divisa americana acumula recuo de 2,42% em relação ao real na semana e, no ano, cai 7,35%. A disparada dos preços de commodities e a redução da incerteza fiscal do País apoiaram a moeda brasileira ao longo da sessão.
Para o chefe de câmbio da Trace Finance, Evandro Caciano, a redução das incertezas do cenário doméstico ainda é a principal responsável pelo fortalecimento do real. O profissional destaca que a promulgação da PEC da Transição e a votação do Orçamento permitiram o desmonte de posições defensivas no câmbio.
"Desde ontem, a apresentação do time de ministros e a definição da PEC da transição desenharam um movimento de calmaria nos mercados. Quando você olha o movimento, está acontecendo um desmonte de posições de hedge no dólar", diz Caciano. "O valor interno continua se sobrepondo ao externo, na mesma toada do Ibovespa, que também foi super bem."
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