NOVO GOVERNO

Haddad terá de resistir à desconfiança do mercado para tocar reformas

Futuro ministro da Economia precisa organizar a casa para governar com novas regras fiscais, resolver a crise do teto de gastos, além de retomar acordos internacionais e finalizar a reforma tributária

Confirmado como ministro da Fazenda nesta sexta-feira (9/12), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) terá de resistir à desconfiança do mercado e colocar em prática as reformas que o novo governo alega serem fundamentais para o país. Para isso, precisa organizar a casa, com novas regras fiscais, resolver a crise do teto de gastos, retomar acordos internacionais e finalizar a reforma tributária.

As primeiras palavras como futuro novo ministro dão o tom do que será prioridade. "O importante é a gente ter uma agenda para 2023 forte, recuperar os acordos internacionais, que estão parados, sobretudo União Europeia, a questão do arcabouço fiscal e da reforma tributária, como grandes movimentos nossos, faremos todos", disse Haddad.

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A declaração ocorreu após o anúncio de cinco ministros pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PL), hoje, antes do jogo do Brasil contra a Croácia pelas quartas de final. Além de Haddad na Fazenda, o senador eleito Flávio Dino (PSB) foi confirmado no Ministério da Justiça e Segurança Pública; o governador da Bahia, Rui Costa (PT), assumirá a Casa Civil; e o diplomata Mauro Vieira comandará o Itamaraty. Já o ex-ministro José Múcio Monteiro vai assumir a pasta da Defesa.

"Equipe coesa" na Fazenda

De acordo com o próprio Haddad, o primeiro desafio será escolher os secretários do Ministério da Fazenda. "Preciso combinar com o ministro do Planejamento para a gente ter uma equipe coesa. Eu não fiz convites formais ainda, mas eu já sondei muita gente", declarou.

O anúncio não chegou a surpreender o meio político, que vê Haddad muito próximo ao presidente Lula. O ex-prefeito, por sua vez, circula há mais de duas semanas por Brasília como interlocutor de Lula para questões ligadas à economia. Agora, o novo ministro deverá definir, com os membros do grupo de economia da transição, o futuro do Ministério do Planejamento.

O ex-prefeito defende que a pasta — a ser recriada a partir da cisão do superministério da Economia de Paulo Guedes — não incorpore as áreas de Orçamento e Gestão, que podem ficar no guarda-chuva do novo Ministério da Fazenda. A terceira parte dessa divisão vai virar o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Para Lula, a pasta do planejamento deverá ficar com um ministro "bastante afinado" com Fernando Haddad. "Já poderia ter indicado Planejamento hoje, mas se fizer isso vocês não terão notícia na segunda, terça-feira", disse Lula, emendando que não deve haver divergências entre Fazenda e Planejamento.

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