Governo Lula

Alckmin traça metas para reindustrialização do Brasil

Vice assume o Mdic prometendo recuperar o protagonismo do setor, com maior participação no PIB e nas exportações

Rafaela Gonçalves
postado em 05/01/2023 03:55
 (crédito:  Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Em discurso de posse ao assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação (Mdic), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) defendeu a retomada do protagonismo da indústria brasileira e afirmou que a prioridade da pasta será investir na reindustrialização, com ênfase no desenvolvimento sustentável.

"A reindustrialização é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável e sob o prisma da justiça social. A indústria brasileira precisa urgentemente retomar seu protagonismo expandido a participação no PIB. As graves mudanças climáticas, o pós-covid e a guerra na Europa indicam a premência de uma política de reindustrialização consensuada com o setor produtivo, a academia, a sociedade e a comunidade internacional", declarou.

A pasta havia sido extinta no início da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), passando ao status de Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, vinculada ao Ministério da Economia. Alckmin, agora, ficará responsável pela articulação do governo federal com o setor produtivo e pela formulação de políticas de desenvolvimento econômico. Ele não poupou críticas à gestão anterior. "Depois de quatro anos de descaso, de má gestão pública e de desalinho com os reais problemas brasileiros, o presidente Lula, com acerto, determinou a recriação do Mdic, como uma medida fundamental para o Brasil retomar o caminho do desenvolvimento como já ocorreu em seus governos bem sucedidos", afirmou.

O ministro pregou urgência na reversão do que caracterizou como "desindustrialização precoce" que o país sofreu nos últimos anos, o que resultou também na queda de exportações de manufaturados. "O momento nos propõe trabalhar incansavelmente pelo emprego, pela distribuição de renda em apoio à indústria, ao comércio e ao setor de serviços. É urgente a reversão da desindustrialização precoce ocorrida no Brasil, que reclama uma clara política de competitividade industrial contemporânea", emendou, lembrando que a indústria, apesar de participação de 11% no PIB, responde por 29,5% da arrecadação tributária.

"O fortalecimento da indústria passa, invariavelmente, pela redução do custo Brasil e pela melhoria do ambiente de negócios no país. Reforma tributária nesse contexto é fundamental", disse o vice-presidente, que defendeu o diálogo com os empresários brasileiros. "Não chegaremos a resultado algum se pretendermos atuar desalinhados com o setor produtivo. O empresariado brasileiro é qualificado, resiliente, atento às transformações e demandas mundiais."

Conselho e BNDES

O vice-presidente e agora ministro elogiou uma das primeiras medidas do novo governo na área, que, segundo ele, deve ditar o ritmo das articulações na pasta: a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNI), que será responsável por uma mesa de discussões e negociações entre os setores público e privado. Alckmin informou também que o Mdic terá na sua estrutura a Câmara de Comércio Exterior (Camex), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em uma agenda com foco na "reconstrução da competitividade"'.

Segundo Alckmin, o BNDES será a principal alavanca do ministério na retomada da industrialização e da política de desenvolvimento social no país. Disse ainda que o banco deve atuar como um vetor da economia verde no país. Alckmin prometeu também trabalhar em sintonia com os ministros Mauro Vieira, de Relações Exteriores, Luciana Santos, de Ciência Tecnologia e Inovação, e Marina Silva, de Meio Ambiente.

Por fim, destacou que Lula terá sua lealdade e dedicação integral, como vice e ministro, "em prol de uma agenda que contribua para reverter os resultados inaceitáveis que nossa economia vem acumulando nos últimos anos". "A nossa união, Lula não é episódica, de ocasião ou por uma eleição. A nossa união é por um país, por um povo e por seu direito de viver em um país democrático e verdadeiramente produtivo. Tenha em mim presidente Lula aquele em quem o senhor poderá confiar sempre a primeira e mais árdua missão porque é inabalável o meu compromisso com o senhor, seu governo e o nosso país", concluiu.

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