Taxa Selic

Nobel de Economia diz que taxa de juros no Brasil equivale a uma "pena de morte"

O economista Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel de Economia de 2011, participou nesta segunda-feira (20/3) de evento organizado pelo BNDES

Victor Correia
postado em 20/03/2023 14:59 / atualizado em 20/03/2023 15:46
 (crédito: KENA BETANCUR)
(crédito: KENA BETANCUR)

O professor da Universidade de Columbia e vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2011, Joseph Stiglitz, declarou nesta segunda-feira (20/3) que a taxa de juros no Brasil é "chocante" e a equivale a uma "pena de morte". O economista participou do seminário "Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI", realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em sua sede, no Rio de Janeiro.

"A taxa de juros de vocês é, de fato, chocante. Uma taxa de 13,75%, ou 8% real, é o tipo de taxa de juros que vai matar qualquer economia. É impressionante que o Brasil tenha sobrevivido a isso, que seria uma pena de morte. Parte da razão de vocês sobreviverem a essas taxas de juros é que vocês têm bancos estatais, como o BNDES, que têm feito muito com essas taxas de juros, oferecendo fundos a empresas produtivas para investimentos de longo prazo com juros menores", afirmou Stiglitz.

Política monetária mais razoável

Para o economista, as taxas de juros historicamente altas do Brasil impuseram uma "desvantagem competitiva. "A pergunta é, onde estariam se tivessem uma política monetária mais razoável? Eu diria que estaria num crescimento econômico muito maior", disse Stiglitz.

Também estavam presentes no seminário o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a ministra da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos, Esther Dweck, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes.

Alckmin também criticou a alta taxa de juros. "Agora, não há nada que justifique ter 8% de juros real acima da inflação quando não há demanda explodindo, e por outro lado quando o mundo inteiro tem praticamente juros negativo", declarou.

As falas ocorrem às vésperas da próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deliberará sobre a manutenção da taxa Selic no patamar atual de 13,75% amanhã (21/3) e quarta (22/3). Apesar da pressão do governo para que a taxa de juros seja reduzida, a expectativa é que ela seja mantida.

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