Comitê de Política Monetária

Haddad se manifesta após Banco Central manter taxa de juros: "Preocupante"

Após reunião do Copom, o ministro da Fazenda se mostrou contra a decisão do BC

Débora Oliveira
postado em 22/03/2023 21:32 / atualizado em 22/03/2023 21:32
 (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)
(crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)

Após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que decidiu, nesta quarta-feira (22/3), manter a taxa básica da economia (Selic) em 13,75%, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se pronunciou mostrando-se contra a decisão. “O comunicado do BC é preocupante, muito preocupante”, disse Haddad.

O ministro argumentou que o relatório bimestral da lei de responsabilidade fiscal divulgado pelo governo aponta aumento nas receitas e diminuição no déficit para o ano, tendo assim, mais um motivo para o Banco Central flexibilizar a taxa de juros.

"Eu considerei o comunicado preocupante, muito preocupante, porque hoje divulgamos relatório bimestral mostrando que nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas. Deixa em aberto, no momento em que a economia está retraindo e que o crédito está com problemas sobretudo nas empresas, famílias. O Copom chega até a sinalizar a possibilidade de uma subida na taxa de juros que já é hoje a mais alta do mundo”, aponta o ministro.

O ministro disse ainda que sempre “vão fazer chegar” ao Banco Central as observações e análises da equipe econômica sobre o que “é mais recomendado para a economia brasileira”. Tais observações teriam sido feitas pela equipe do BC após o primeiro comunicado deste ano, que Haddad considera como “muito duro”.

“O primeiro comunicado também veio muito duro. A ata atenuou, vocês devem se lembrar disso, onde alguns dias depois a ata veio diferente, um pouco atenuada, e tomara que isso aconteça de novo. Nós esperamos que isso aconteça de novo, mas vamos fazer chegar ao Banco Central a nossa análise do que é mais recomendável para a economia brasileira, para encontrar o equilíbrio. Equilíbrio da trajetória da dívida, da inflação, das contas públicas, do atendimento às demandas sociais. Esse conjunto de fatores precisam ser considerados segundo a própria lei que dá autonomia ao Banco Central para que nós tenhamos a melhor trajetória que traga o mais bem-estar para o trabalhador, para as famílias e para as empresas”, explica Haddad.

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