Jornal Correio Braziliense

Juros

Tebet vê comunicado do Copom 'apertado', mas diz esperar ata 'imparcial'

A ministra do Planejamento e Orçamento comentou nesta quinta (23/3), a jornalistas, o comunicado emitido ontem pelo Copom sobre a manutenção da taxa de juros

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou nesta quinta-feira (23/3) que o comunicado emitido ontem pelo Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central foi "muito mais apertado do que prevíamos", e que espera que a ata da reunião, que será divulgada na terça que vem (28), seja "imparcial e justa com o Brasil". O BC decidiu por manter a taxa básica de juros, a Selic.

"Não houve surpresa em relação à manutenção da taxa em 13,75%. Nós já esperávamos isso, ainda que não quiséssemos isso. Vamos aguardar a ata, porque também, como foi da outra vez, o comunicado, ao meu ver, saiu muito mais apertado do que prevíamos", declarou a ministra a jornalistas nesta manhã.

Na última reunião do Copom, membros do governo criticaram o tom duro do comunicado, mas a ata divulgada posteriormente reconheceu o pacote econômico entregue pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como um possibilidade para abaixar a taxa de juros no futuro.

"Então vamos aguardar a ata. Que venha de forma imparcial e justa com o Brasil, trazendo, obviamente, fatores externos que levaram o Banco Central a manter a taxa em 13,75%, mas também reconhecendo os fatos", acrescentou a ministra.

Arcabouço fiscal

Segundo Tebet, o governo federal está fazendo um esforço conjunto para reduzir os gastos públicos e apresentar programas sociais importantes, "mas com responsabilidade fiscal", e disse confiar na equipa econômica. A ministra do Planejamento avalia ainda que a apresentação do arcabouço fiscal pode melhorar o cenário para os juros até a próxima reunião do Copom, que será realizada em maio.

"Apresentando um bom arcabouço fiscal, evoluindo nas tratativas e também no processo legislativo da reforma tributária, além de outros atos, nós temos condições de mostrar, independente de fatores externos, que o ambiente interno econômico do Brasil está melhorando e, consequentemente, teremos condições, se assim decidir o Banco Central, de baixar a taxa de juros", afirmou Tebet.