Mercado financeiro eleva expectativa de inflação para 5,96% neste ano

Relatório divulgado pelo Banco Central, nesta segunda-feira (3/4), mostra, em contrapartida, que a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o próximo ano manteve-se inalterada

Raphael Pati*

postado em 03/04/2023 10:24 / atualizado em 03/04/2023 10:25

(crédito: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil )

Nova edição do Boletim Focus, publicada nesta segunda-feira (3/4) pelo Banco Central (BC), mostra pessimismo dentro do mercado financeiro, em relação à semana passada, mesmo com a apresentação do novo arcabouço fiscal pela equipe econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), na última quinta-feira (30/3).

De acordo com os analistas, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2023 com aumento de 5,96%. Na semana passada, a expectativa era de elevação de 5,93%. Para o ano que vem, a projeção segue inalterada, em 4,13%, assim como em 2025 e 2026, que, segundo o mercado, devem ter inflação de 4%.

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Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa não apresentou alterações desde a última semana, e segue em 0,9% de crescimento. Já para os próximos anos, a projeção foi revisada para cima, de 1,48% em 2024, e 1,8% em 2025 e 2026.

Selic 

Ainda segundo o Boletim Focus, a expectativa para a Taxa Selic segue inalterada neste ano, em relação à última semana, no patamar de 12,75%. Atualmente, a taxa de juros é de 13,75% ao ano.

Mesmo assim, os analistas da Bradesco Asset diminuíram a projeção para a Selic deste ano, de 13% para 12,5% ao ano. Por meio de uma nota, o economista-chefe, Marcelo Cirne de Toledo, explica que os números do primeiro trimestre indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou uma expansão razoável, decorrente, em grande parte, da atuação do setor agropecuário.

Além disso, a desaceleração da criação de vagas formais de trabalho em fevereiro também contribui para a queda na projeção. Mesmo assim, o economista afirma que há sinais adicionais de aperto das condições financeiras, com menor aceleração das concessões de crédito no mercado de capitais e bancário e com queda da intenção de investimento das empresas.

"Deveremos observar o efeito máximo do ciclo de aperto da política monetária nesse segundo trimestre, quando pode ter início uma fase mais evidente de desaquecimento da atividade econômica", aponta o economista.

Os analistas de mercado do Boletim Focus também mantiveram o índice do câmbio do dólar norte-americano em R$ 5,25 para o fim deste ano. Em 2024 e 2025, o valor da moeda norte-americana no Brasil deve se manter no patamar de R$ 5,30. Já em 2026, o mercado prevê que ela deve encerrar o ano em R$ 5,40.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa não apresentou alterações desde a última semana, e segue em 0,9% de crescimento. Já para os próximos anos, a projeção foi revisada para cima, de 1,48% em 2024, e 1,8% em 2025 e em 2026.