Semana Santa

Itens consumidos na Páscoa sobem três vezes mais que a inflação

Especialista alerta que o consumidor deve ficar atento aos preços praticados nos próximos dias

Rafaela Gonçalves
postado em 03/04/2023 11:27 / atualizado em 03/04/2023 11:30
 (crédito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
(crédito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)

Os itens de mesa da Páscoa registraram aumento médio de 12%, em comparação com o ano passado. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro da Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), os preços dos produtos tradicionais para o período estão o triplo da inflação do período, que ficou em 4,81%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S).

Entre os itens que mais subiram destacam-se os ovos (27,31%), a cebola (22,76%) e alguns industrializados como: bolo pronto (14,51%), atum (12,97%), sardinha em conserva (11,46%) e bacalhau (10,91%).

No caso dos chocolates, estrelas do período pascal, os bombons também tiveram variação expressiva de 9,65%. Nenhum dos itens da cesta recuou de preço nos últimos 12 meses e apenas dois subiram abaixo da inflação geral: batata inglesa e couve, ambos com percentual de 2,23%.

Segundo o economista e pesquisador do FGV Ibre, Matheus Peçanha, responsável pelo estudo, a alta dos preços pode ser justificada por problemas climáticos, forte desvalorização cambial, problemas energéticos, logísticos, entre outros fatores que afetaram a oferta de vários alimentos no país. Peçanha destacou que a última “entressafra” do leite, no inverno passado, foi particularmente danosa para a inflação do produto, matéria-prima importante dos chocolates, por exemplo.

“A partir do último trimestre de 2022, os custos começaram a desacelerar: o clima melhorou junto com a produtividade do campo e os preços das commodities despencaram. Mas quando olhamos o acumulado dos 12 meses, percebe-se que ainda não foi o suficiente para compensar o cenário anterior, além de alguns problemas esporádicos de oferta, como é o caso da cebola e dos ovos”, observou.

Pressão

O economista afirmou, ainda, que o consumidor deve ficar atento em relação aos preços praticados nos próximos dias. “A pesquisa não mostra, em definitivo, a elevação dos itens de Páscoa que o consumidor vai encontrar. Só medimos o que aconteceu com os preços dessa cesta específica nos últimos 12 meses, até março deste ano”, frisou.

“Por exemplo, além do aumento já registrado de 5,18% do pescado fresco e 10,91% do bacalhau, os preços desses itens tradicionais podem subir mais ainda, em razão da pressão sazonal da demanda às vésperas da Páscoa. Além disso, itens não contemplados no escopo do IPC, como os ovos de Páscoa e colombas pascais, devem sofrer igualmente com essa pressão de demanda pela tradição”, acrescentou Peçanha.

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