Depois de fazer o lançamento de um título público voltado para as aposentadorias no início do ano, o Tesouro Nacional pretende lançar novos produtos a partir de junho. O primeiro da lista será um papel do Tesouro Direto voltado para o ciclo educacional, de acordo com o secretário do órgão ligado ao Ministério da Fazenda, Rogério Ceron. Segundo ele, outras modalidades estão em estudo, como o uso desses papéis como garantias em contratos de aluguel, que poderá ser lançado posteriormente ao de educação.
“A primeira tranche deste pacote vai acontecer em junho e a intenção é criar instrumentos que as empresas possam criar maior engajamento dos funcionários, permitindo que eles possam ter acesso aos recursos apoiando o custeio para ajudar no investimento da faculdade dos filhos”, disse Ceron, nesta quinta-feira (27/4), aos jornalistas, durante a apresentação do resultado das contas do governo federal de março, que registrou um rombo fiscal de R$ 7,1 bilhões. Segundo ele, será possível até criar uma espécie de “gift card” (cartão presente).
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“Essa é a nossa visão estratégica criar e customizar produtos voltados para o objetivo de aposentadoria, educação, etc. Nós vamos lançar um ciclo educacional que vai ser muito interessante”, afirmou Ceron, acrescentando que a aposta do órgão é popularizar o programa Tesouro Direto, a fim de que ele se torne uma referência de poupança e poupança das famílias e de patrocínio para o estudo universitário.
Garantia para o futuro
A proposta do novo título é que ele seja uma espécie de garantia de um produto educacional, e esse novo papel será o primeiro de um pacote de medidas que está sendo preparado pelo Tesouro. “A primeira grande novidade é o que vem nesse pacote. Tem várias coisas que podem ser adicionadas a ele, mas o primeiro lançamento vai acontecer já em junho. A intenção aqui é criar instrumentos, por exemplo, que as empresas possam utilizar esse produto como um benefício para dar para empregados, aos filhos dos empregados, para criar maior engajamento. Ou seja, funcionário deposita R$ 50 e a empresa vai poder fazer o mesmo para garantir que o filho do colaborador possa, ao fazer 18 anos, ter acesso aos recursos, que possa suportar o ciclo universitário, pagar uma mensalidade por mensagem privada ou expor ou apoiar o custeio nesse ciclo em que não há condições de trabalho em tempo integral”, destacou.
A aplicação poderá ocorrer desde o nascimento do filho ou por um período mais curto, dependendo da idade do beneficiário. E, depois, o título vai gerar uma renda fixa “durante quase cinco anos para pagar o estudo, um veículo, o aluguel”.
Busca de bancos parceiros
A ideia dos técnicos do Tesouro é colocar no mercado um título público indexado à inflação com vencimento anual para que o poupador compre o papel e planeje o resgate quando o filho ou filha, afilhado (a), sobrinho (a), neto (a) atingir a maioridade ou entrar na faculdade. De acordo com o subsecretário da Dívida Pública, Otávio Ladeira, o projeto do uso dos títulos públicos como garantia de aluguel ainda deve demorar um pouco mais, porque o Tesouro ainda está em busca de bancos parceiros para operacionalizar a proposta, cobrando taxas menores do que é hoje cobrado no mercado.
“O locatário poderá utilizar o título do Tesouro Direto que possui em carteira como garantia. Se atrasar o pagamento das parcelas ou houver o vencimento do contrato de aluguel, o resgate é líquido e certo”, destacou. Ele sinalizou que o órgão está procurando uma parceria com bancos digitais, porque tendem a ser mais competitivos do que os bancos tradicionais nesse tipo de operação.
De acordo com Ceron, o Tesouro RendA+, lançado no início do ano, foi “um sucesso” e está tendo bastante procura. Ele disse que os lançamentos estão em linha da estratégia de diversificação do Tesouro Direto, que foi lançado em 2002 e completa 21 anos neste ano. Em março, as aplicações no programa atingiram o maior valor da série histórica.
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