A falência do Credit Suisse teria tido "efeitos devastadores" para a Suíça — declarou o presidente da confederação, Alain Berset, nesta terça-feira (11), afirmando que a absorção do banco pelo UBS era a única solução viável.
Berset falou durante uma sessão extraordinária do Parlamento, que vai durar três dias, convocada a pedido dos deputados após a compra urgente do banco com graves problemas em 19 de março.
- Inflação desacelera a 0,71% em março, apesar do aumento da gasolina
- Correio Talks debate como a reforma tributária pode ser mais justa para todos
"O tempo urgia", e o Conselho Federal buscou "a melhor solução possível para evitar uma crise financeira de consequências incalculáveis", disse ele ao Senado, assegurando que uma falência teria tido "consequências catastróficas" para o país, para o mundo e para o reputação do mercado financeiro suíço.
“A Suíça se viu abalada por este episódio doloroso”, reconheceu, mas “o desaparecimento do Credit Suisse não é o desaparecimento da Suíça, é o desaparecimento de um banco, um grande banco, mas apenas um banco”.
Em 19 de março, o UBS aceitou comprar o Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 3,3 bilhões) após intensas negociações com as autoridades suíças e com garantias significativas.
A operação não agradou aos partidos políticos do país, principalmente porque a Confederação já teve de socorrer o UBS há 15 anos, durante a crise financeira de 2008. Além disso, a compra do Credit Suisse pelo UBS cria um gigante bancário, algo que levanta preocupações sobre emprego e concorrência na Suíça.
O UDC, principal partido do país, de direita radical, pede normas mais rígidas para o setor bancário bancos e que o governo se comprometa a responsabilizar os executivos do Credit Suisse e a exigir o reembolso de bônus injustificados.
O governo deu um primeiro passo nesse sentido ao anular os bônus de 2022 e 2023 dos altos executivos da instituição.