Negócios

Dono do Madero diz estar endividado e arrependido do apoio a Bolsonaro

Apesar do desempenho negativo, o CEO disse não acreditar em ‘sabotagem’ do público

Rafaela Gonçalves
postado em 05/06/2023 12:48 / atualizado em 05/06/2023 12:48
 (crédito: Guilherme Pupo/Divulgação/Madero)
(crédito: Guilherme Pupo/Divulgação/Madero)

Após declarar apoio a Jair Bolsonaro na pandemia, o empresário Luiz Renato Durski Junior, dono do Grupo Madero, disse estar endividado e arrependido das críticas feitas ao isolamento social e do apoio ao ex-presidente. No segundo trimestre do último ano, a dívida da empresa estava em R$ 1 bilhão.

Apesar do desempenho negativo, o CEO disse não acreditar em ‘sabotagem’ do público. “Se me perguntar: ‘Faria de novo?’ Não, eu iria seguir a recomendação do meu avô e tocar a vida”, declarou em entrevista ao jornal O Globo no último domingo (4/6).

O empresário revelou que não deveria ter declarado apoio ao ex-presidente e lembrou das palavras do avô: “Junior, quem abriu comércio não tem candidato, não tem político. Não pode tomar partido muito fácil, porque para o negócio não é bom”.

“A torcida é muito grande para que tudo dê muito certo. E naquilo que a gente puder ajudar é o que tem de acontecer. O Brasil é um país maravilhoso, forte, com um povo muito trabalhador, uma potência mundial em trabalho, em território, que é abençoado. Já passamos por tanto. Está difícil, mas nunca foi fácil”, emendou.

Mesmo com as dificuldades, Durski Junior disse estar confiante no futuro. “Não é que eu não entenda, mas o meu negócio no Madero, é fritar hambúrguer. O input dos bancos está bem mais devagar do que deveria, mas a perspectiva é que vai melhorar, que o mercado devagarinho vai retomando, como está retomando. O mercado de capitais deve abrir. Ninguém sabe quando, mas a gente tem de estar pronto”, afirmou.

Repercussão

No auge da pandemia, o empresário declarou que “o Brasil não poderia parar por causa de 5 ou 7 mil mortes”. A entrevista em que o CEO relata seu arrependimento gerou uma enxurrada de críticas nas redes sociais. “Diria eu sinto muito. Mas não sinto, principalmente pra uma pessoa que não teve o mínimo de sensibilidade pelas vítimas de covid”, escreveu uma internauta, em seu perfil no Twitter.

“Literalmente, a conta chegou. E muito rápido. Endividamento enorme. E isso é só o início. Arrependimento não paga dívidas, nem traz de volta os milhares de mortos, vítimas do negacionismo e da ganância. Está pagando pelas escolhas malditas que fez”, disse outro usuário da plataforma.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação