Orçamento

Mudança no texto do regime fiscal pode evitar corte de R$ 40 bi no Ploa

Em reunião com a equipe econômica, relator da proposta, Omar Aziz, diz que pretende alterar cálculo de correção de despesas para o IPCA de 12 meses terminados em novembro

Edla Lula
postado em 15/06/2023 16:07 / atualizado em 15/06/2023 16:23
 (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

A equipe econômica do governo e o relator do projeto que muda o regime fiscal brasileiro, Omar Aziz (PSD-AM), chegaram a um entendimento que pode impedir o corte de gastos até R$ 40 bilhões no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2024. Usando uma nova fórmula de cálculo do indicador que corrige a estimativa de gastos, o texto não voltaria à redação original, feita pelo governo, nem manteria o texto modificado na votação da Câmara.

O Projeto de Lei apresentado pelo governo previa a correção pela estimativa da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de janeiro a dezembro do ano de elaboração do Ploa.

Na Câmara, houve o entendimento de que a projeção poderia ser superestimada, permitindo a previsão maior de gastos. Por isso, o relator Claudio Cajado (PP-BA) definiu o período a ser considerado os 12 meses terminados em junho. Dessa maneira, o Ploa, que precisa ser encaminhado ao Congresso em agosto, traria a inflação que realmente ocorreu, e não estimativas.

Mas os técnicos do Ministério do Planejamento, que neste momento elaboram o Ploa de 2024, detectaram que por, este cálculo, haveria uma “compressão fiscal” que provocaria cortes que variariam entre R$ 32 bilhões e R$ 40 bilhões.

Meio-termo

Utilizando cruzamentos feitos pelo Instituto Fiscal Independente, do Senado, Omar Aziz chegou ao meio-termo. Pela nova fórmula, o período a ser considerado passaria a ser de dezembro do ano anterior a novembro do ano de elaboração do orçamento.

Ao sair da reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e lideranças partidárias, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, avaliou que este seria “o melhor dos mundos” para o governo. No entanto, ela reconheceu que “essa é uma decisão política”, que deve ser negociada entre o Senado e a Câmara.

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