POLÍTICA MONETÁRIA

Novos diretores do Banco Central tomaram posse nesta terça

Gabriel Galípolo e Ailton Aquino surgem como o braço do governo na autarquia comandada pelo bolsonarista Roberto Campos Neto

Edla Lula
postado em 12/07/2023 12:47 / atualizado em 12/07/2023 13:03
Ailton Aquino toma posse na Diretoria de Fiscalização do Banco Central -  (crédito: divulgação/Banco Central)
Ailton Aquino toma posse na Diretoria de Fiscalização do Banco Central - (crédito: divulgação/Banco Central)

Tomaram posse na manhã desta quarta-feira (12), em um ato burocrático e sem cerimônia, os novos diretores do Banco Central, Gabriel Galípolo, que assume a diretoria de política monetária e Ailton Aquino, à frente da Fiscalização. Aprovados em sabatina na semana passada, os novos diretores participarão da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão da autarquia responsável pela calibragem da taxa básica de juros, a Selic, nos dias 1º e 2 de agosto.

Embora o mercado financeiro já aposte na redução da Selic nesta reunião, a chegada dos dois indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforça essa expectativa. A decisão sobre os juros tem tomado conotação política desde que integrantes do governo, incluindo o presidente Lula, iniciaram uma campanha pela redução da Selic, que desde agosto de 2022 está em 13,75% ao ano.

 

No entender dos governistas, a decisão de não reduzir a taxa básica tem sido deliberada pelo presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seu apoiador durante a campanha eleitoral.

Por isso, a chegada dos novos diretores é interpretada como uma força política do governo dentro do BC. Galípolo é ex-secretário Executivo do ministro da Fazenda Fernando Haddad e foi um dos formuladores da política econômica do governo durante a transição. Aquino, funcionário de carreira da instituição e primeiro diretor negro da instituição, já se manifestou publicamente a favor da redução dos juros, como ocorreu durante a sabatina no Senado.

Assim que as fotos da assinatura do termo de posse dos dois foram publicadas nas redes sociais do Banco Central, houve várias manifestações políticas.

“Começamos a humanizar o recinto”, disse um seguidor. Outro retrucou, afirmando que Galipolo é “um petista que quer abaixar a taxa na marra, politicagem.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação