Haddad devolverá onça de ouro ganhada de ministro da Arábia Saudita

O presente foi dado pelo ministro de Investimento do país, Khalid Al Falih, durante uma visita da comitiva saudita ao Brasil

Rafaela Gonçalves

postado em 31/07/2023 15:56 / atualizado em 31/07/2023 15:57

Onça não chegou a ser avaliada para aferir valor, mas protocolo de oferta de presentes a autoridades públicas pressupõe aviso prévio ao cerimonial do órgão agraciado - (crédito: Divulgação/ Ministério da Fazenda )

Seguindo orientação da Receita Federal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu devolver a onça de ouro recebida da Arábia Saudita na manhã desta segunda-feira (31/7). O presente foi dado pelo ministro de Investimento do país, Khalid Al Falih, durante uma visita da comitiva saudita ao Brasil, com mais de 70 representantes das principais empresas públicas e privadas do país.

A pedido do secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, o ministro deverá entregar a estátua à Embaixada da Arábia Saudita em Brasília. O objeto não chegou a ser avaliado para aferir o valor, no entanto, o protocolo de oferta de presentes a autoridades públicas pressupõe o aviso prévio ao cerimonial do órgão agraciado.

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De acordo com a pasta, caso o governo saudita queira reenviar o presente, será necessário que sejam cumpridos os trâmites exigidos pela legislação brasileira. “O ministro Fernando Haddad agradece a visita de Khalid Al-Falih, ministro de Investimentos da Arábia Saudita, em São Paulo, quando teve a oportunidade de explicar pontos do Plano de Transição Ecológica do governo brasileiro e ouvir sobre o interesse a respeito das oportunidades de investimentos que o pacote pode atrair”, disse a Fazenda, em nota.

Após o escândalo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é investigado por ter recebido joias e outros objetos de valor da Arábia Saudita sem respeitar os trâmites legais, o governo já agilizou os trâmites para que o presente não fique pessoalmente com o ministro, mas, sim, com o patrimônio da União.

As investigações mostram que Bolsonaro tentou se apropriar ilegalmente das joias, avaliadas em cerca de R$ 5 milhões, que deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio do Estado brasileiro. Poucos dias antes do final do mandato, o então presidente fez diversas tentativas para reaver as joias retidas pela Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos, após entrarem ilegalmente no Brasil por meio de comitiva liderada pelo ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.