POLÊMICA

Defesa de Bolsonaro entrega terceiro kit de joias sauditas

Informação foi divulgada pelo ex-ministro da Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, na conta do Twitter

Correio Braziliense
postado em 04/04/2023 14:03 / atualizado em 04/04/2023 16:35
 30/03/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Politica. Chegada do Ex Presidente Jair Bolsonaro no Aeroporto de Brasilia - JK e no Complexo Brasil 21, onde é a sede do Partido Liberal.  -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
30/03/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Politica. Chegada do Ex Presidente Jair Bolsonaro no Aeroporto de Brasilia - JK e no Complexo Brasil 21, onde é a sede do Partido Liberal. - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

A defesa do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, entregou, na tarde desta terça-feira (4/4), o terceiro kit de joias sauditas que o político recebeu em 2019, quando exercia a presidência da República.

A informação foi divulgada pelo ex-ministro da Secretaria Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, na conta do Twitter. Segundo ele, a entrega ocorreu "dentro do prazo estabelecido pelo Tribunal de Contas da União (TCU)".

"A entrega reitera o compromisso da defesa do presidente Bolsonaro de devolver todos os presentes que o TCU solicitar, cumprindo a orientação do ex-mandatário do país, que sempre respeitou a legislação em vigor sobre o assunto", escreveu o ex-ministro.

Kit é avaliado em R$ 500 mil

O terceiro conjunto de joias da Arábia Saudita é estimado em R$ 500 mil. No estojo, havia um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes; um par de abotoaduras; um anel com diamantes e uma caneta prateada.

Diferentemente dos conjuntos de joias reportados anteriormente, este teria sido entregue diretamente a Bolsonar, entre 28 de setembro e 10 de outubro de 2019, quando ele estava em viagem oficial a Doha, no Catar, e em Riad, na Arábia Saudita. À época, o ex-presidente teve um almoço oferecido pelo rei saudita Salma Bin Abdulaziz Al Saud e disse que tinha "certa afinidade" com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salma.

De acordo com o Estado de S. Paulo, Bolsonaro retornou ao Brasil com o conjunto e ordenou que fossem levados para o acervo particular — fato confirmado em 8 de novembro de 2019, pelo Gabinete Ajunto de Documentação Histórica da Presidência.

Anteriormente, Bolsonaro disse que desconhecia as joias dadas pelos sauditas e desmentiu a informação dias depois, reconhecendo que havia recebido um pacote que entrou ilegalmente no Brasil, sendo obrigado a devolver os itens, por determinação do Tribunal de Contas da União.

  • 30/03/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Politica. Chegada do Ex Presidente Jair Bolsonaro no Aeroporto de Brasilia - JK e no Complexo Brasil 21, onde é a sede do Partido Liberal. Ed Alves/CB/DA.Press
  • Joias do ex-presidente Jair Bolsonaro entregue na CEF Reprodução
  • O ministro de Minas e Energia do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Bento Albuquerque, tentou liberar a joias dadas pela Arábia Saudita Reprodução/Twitter/@GloboNews
  • Imagens mostram enviado do ex-presidente Jair Bolsonaro tentando retirar joias apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP). G1/Reprodução
  • Parte das joias que foram apreendidas pela Receita e que seriam presente para a ex-primeira-dama Reprodução
  • Os itens de luxo estão avaliados em quase R$ 500 mil: ex-presidente segue nos EUA Reprodução

O paradeiro das outras joias

O primeiro pacote de joias entregues seria um presente à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em outubro de 2021. As joias eram feitas de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões. O jornal Estado de S. Paulo apurou que os acessórios foram transportados na mochila de um assessor, um militar subordinado ao então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

O segundo presente dos sauditas foi entregue em novembro do ano passado, pouco antes de Bolsonaro deixar a Presidência, por Antônio Carlos Ramos — ex-auxiliar de Bento Albuquerque. Trata-se de um conjunto que inclui um relógio, uma caneta, um parte de abotoaduras, um anel e um tipo de rosário — que, assim como aquele que foi retido pela Receita Federal, também são da marca suíça de luxo Chopard. Os itens estavam na bagagem de um dos integrantes da comitiva, mas não foram interceptados no aeroporto.

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