Transição energética

Salvador será "Vale do Silício" do Brasil, diz CEO da BYD

Em conversa com a imprensa na sede da BYD, em Shenzhen, China, a CEO da empresa para as Américas indicou ainda, nesta terça (15/8), que a mudança de governo incentivou o investimento feito na Bahia

Para a vice-presidente global da BYD e CEO da empresa nas Américas, Stella Li, a cidade de Salvador pode virar o "Vale do Silício brasileiro" -  (crédito: Victor Oliveira )
Para a vice-presidente global da BYD e CEO da empresa nas Américas, Stella Li, a cidade de Salvador pode virar o "Vale do Silício brasileiro" - (crédito: Victor Oliveira )
Victor Correia
postado em 15/08/2023 18:52 / atualizado em 15/08/2023 18:52

Shenzhen - Para a vice-presidente global da BYD e CEO da empresa nas Américas, Stella Li, a cidade de Salvador pode virar o “Vale do Silício brasileiro”. Embora a vasta maioria das vendas de carros elétricos e híbridos da empresa ocorra na China, a expectativa é que o Brasil se torne o maior mercado fora do país e, possivelmente, um pólo de fabricação para venda em outros países das Américas.

“Acabamos de fazer o lançamento bem-sucedido do Dolphin, que é o primeiro carro elétrico de entrada do Brasil”, declarou Li durante coletiva de imprensa na sede da BYD, em Shenzhen, China. “A cidade de Salvador vai virar o Vale do Silício do Brasil. Ela vai se tornar o centro de inovações do Brasil, e também da América do Sul”, acrescentou.

No início de julho, a empresa chinesa anunciou um investimento de R$ 3 bilhões para a instalação de uma fábrica em Camaçari, na região metropolitana da capital baiana. O complexo terá três unidades, sendo uma destinada à produção dos chamados veículos de energia limpa, híbridos ou completamente elétricos. O anúncio foi feito durante evento no Farol da Barra, Salvador, com a presença do governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT).

Na China, a BYD é a maior vendedora de carros de passeio, superando em 2023 a Volkswagen. A chinesa se denomina uma Green Tech, produzindo desde painéis solares até veículos de todos os tipos movidos a energia limpa, passando pela produção de baterias e componentes eletrônicos. Atualmente, 90% das vendas da empresa são para o mercado chinês, mas a BYD está investindo no mercado externo, e o Brasil está no caminho para se tornar o mercado mais importante fora da China.

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  • Para a vice-presidente global da BYD e CEO da empresa nas Américas, Stella Li, a cidade de Salvador pode virar o "Vale do Silício brasileiro" Victor Oliveira

Maior mercado após China

Questionada, Stella Li destacou a importância estratégica do Brasil, e indicou que a mudança de governo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impulsionou a decisão de investir no Brasil. O novo governo indica maior preocupação com o meio ambiente e relação próxima à China, o que eram pontos de conflito durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

“Tive a grande honra de me encontrar com o presidente Lula na minha última visita ao Brasil, e eu fiz essa pergunta: ‘senhor presidente, qual a sua visão para o futuro?’. Ele disse: ‘olha, não importa o que aconteça, para mim, a mudança climática é a prioridade número um. Então precisamos trabalhar juntos, especialmente com a China. A China é nossa amiga e precisamos trabalhar juntos para encontrarmos uma solução’”, relatou a vice-presidente.

Ela disse ainda que o presidente “mobiliza todo mundo” quando quer fazer algo, e destacou a proximidade política entre Brasil e China, com uma relação “muito forte e de confiança”. Outros fatores de interesse para a empresa que Stella destaca são a posição geográfica do Brasil – que pode se tornar pólo produtor para outros países da região – e a matriz energética limpa.

Além do investimento na fábrica, a BYD também lançou recentemente no Brasil o modelo Dolphin como o mais barato carro elétrico do mercado, com preço muito abaixo dos concorrentes, de cerca de R$ 150 mil reais. A expectativa é que a BYD lance um carro, no futuro, a R$ 100 mil.

*O repórter viajou a Shenzhen, China, a convite da BYD

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