Juros

Entidades defendem manutenção de compras parceladas sem juros

Uma análise feita pela consultoria LCA estima que o impacto da restrição do parcelado sem juros poderia representar um aumento de 35% no custo do crédito

As mudanças passaram a ser consideradas em meio às discussões para abaixar as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito -  (crédito:  Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
As mudanças passaram a ser consideradas em meio às discussões para abaixar as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito - (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Rafaela Gonçalves
postado em 23/08/2023 16:14

Um grupo de nove entidades ligadas a comércio, serviços e apoio ao empreendedorismo divulgou um manifesto, nesta quarta-feira (23/8), em defesa do parcelamento sem juros de compras feitas no cartão de crédito. O posicionamento foi publicado após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitir a possibilidade de limitar essa forma de pagamento.

A mudança, segundo as associações, traria riscos à economia em caso de extinção, taxação ou limitação desse tipo de operação. O documento destaca que o parcelamento sem juros é fundamental e ressalta que, no ano passado, a modalidade representou metade das compras com cartão de crédito no país e movimentou mais de R$ 1 trilhão, o equivalente a cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

De acordo com o Datafolha, 75% da população tem o hábito de parcelar as compras. O documento também menciona uma análise feita pela consultoria LCA estimando que o impacto da restrição do parcelado sem juros poderia representar um aumento de 35% no custo do crédito, o que resultaria em uma retração de até 27% do volume concedido.

“Estudos indicam que a extinção do parcelamento sem juros poderia causar uma perda de R$ 190 bilhões para o varejo, gerando um efeito dominó sobre os outros setores da economia. Portanto, é inadmissível que o Parcelamento Sem Juros seja extinto, taxado ou alterado. Do nosso ponto de vista, a livre concorrência deve prevalecer”, disse em nota Carol Conway, presidente da Abranet (Associação Brasileira de Internet).

As mudanças no parcelamento de compras sem juros passaram a ser consideradas em meio às discussões para abaixar as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito e a elevada inadimplência. Em junho, a taxa média de juros no rotativo atingiu o patamar de 437,25%. O BC afirmou que uma proposta consolidada sobre o problema será finalizada no prazo de 90 dias.

O manifesto foi assinado por: Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), Associação Brasileira de Internet (Abranet), Associação Brasileira de Academias (Acad Brasil), Associação de Lojistas do Brás (Alobrás), Conecta, Parcele na Hora, Proteste, Euroconsumers Brasil, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências (Univinco).

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