CONJUNTURA

FGV: monitor do PIB mostra queda de 0,6% em agosto em relação a julho

Economista responsável pela pesquisa explica que redução da colheita de safras, como a soja, impactou negativamente a atividade econômica no período

Números do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) são alerta -  (crédito: Antonio Augusto/Divulgação)
Números do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) são alerta - (crédito: Antonio Augusto/Divulgação)
postado em 23/10/2023 19:51

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) divulgou nesta segunda-feira (23/10) os resultados do Monitor do PIB referentes ao mês de agosto. Na comparação com o mês anterior, o instituto explica que houve uma retração de 0,6% na atividade econômica. No entanto, em relação a agosto de 2022, houve aumento de 2,5%, e de 2,8% ao considerar o trimestre móvel junho-julho-agosto. No acumulado em 12 meses, o crescimento foi de 3%.

Na visão da coordenadora da pesquisa, a economista da FGV Juliana Trecce, dois motivos explicam a retração observada em agosto. A primeira, pela ótica da oferta, foi a queda expressiva da colheita de grãos, como a soja. Já a segunda, pelo lado demanda, houve retração na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que tem se aprofundado devido, principalmente, ao desempenho negativo do segmento de máquinas e equipamentos, como explica a economista.

“O comportamento negativo da agropecuária era de certa forma esperado, devido ao calendário de colheitas e ao forte desempenho positivo observado no setor no primeiro semestre. No entanto, o contexto de retração da FBCF é bastante diferente tendo influência da alta taxa de juros do país”, explica Trecce.

Segundo a pesquisa, a FBCF retraiu 5,0% no trimestre finalizado em agosto. A causa para a forte queda se deve ao segmento de máquinas e equipamentos, que segue em ritmo de queda nos últimos meses, influenciado pelo mal desempenho dos caminhões, ônibus e relacionados.

Além disso, o consumo das famílias registrou crescimento de 3,1% no mesmo período. A FGV explica que há uma estabilidade no crescimento do consumo das famílias desde maio. “O consumo de serviços tem reduzido a sua contribuição enquanto o consumo de produtos duráveis tem elevado a sua participação para o total do consumo nos últimos trimestres”, disse, em nota, a entidade.

*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes

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