ATESTADO

INSS utiliza inteligência artificial contra fraudes em atestados médicos

Uma varredura feita pela IA vai cruzar dados como nome, assinatura e CRM do médico no atestado, além de identificar o endereço de onde foi enviado o arquivo

Atestados devem ser emitidos por médicos com inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) e não podem ter nenhuma rasura -  (crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Atestados devem ser emitidos por médicos com inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) e não podem ter nenhuma rasura - (crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
postado em 15/01/2024 23:01

A inteligência artificial (IA) é utilizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para detectar fraudes em atestados médicos utilizados para garantir o auxílio-doença — o benefício por incapacidade temporária. Esse direito é concedido quando o trabalhador precisa ficar afastado do serviço por mais de 15 dias por motivo de doença. Para obtê-lo, é necessário apresentar atestado ou fazer uma perícia médica. 

Como a IA atua

Uma varredura feita pela IA vai cruzar dados como nome, assinatura e CRM do médico no atestado, além de identificar o endereço de onde foi enviado o arquivo. Esse levantamento feito pela inteligência artificial coletará os atestos que forem enviados pela internet, pela plataforma atestmed

O sistema desempenhado pelo robô substitui o atendimento médico-pericial por uma análise de documentos, nos casos em que o benefício é de até 180 dias. Em 2023, mais de 1,6 milhão de pedidos chegaram ao INSS via Atestmed, mas quase metade (46%) não foi aceita porque não estava de acordo com as regras do instituto.

Falsificar ou usar o documento falso podem ser condenados a até 5 anos de prisão. Além disso, o beneficiário do INSS que comprou o atestado terá que devolver o dinheiro recebido e pode ser demitido por justa causa.

Regras para tirar atestado

Atestados devem ser emitidos por médicos com inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) e não podem ter nenhuma rasura. Eles também precisam:

  • especificar o tempo de afastamento necessário para a recuperação do paciente;
  • estabelecer o diagnóstico quando expressamente autorizado pelo paciente;
  • registrar os dados de maneira legível;
  • identificar o emissor mediante assinatura e carimbo ou número de registro no CRM;
  • trazer o número da Classificação Internacional de Doenças (CID) correspondente, no caso do Atestmed.

Um atestado médico pode ser considerado falso, segundo o INSS, quando:

  • é elaborado por uma pessoa que não possui habilitação para a emissão do documento;
  • o seu conteúdo não é verdadeiro, ainda que subscrito por profissional habilitado;
  • fica comprovado que o documento foi adulterado; embora o atestado seja legítimo.

 

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