PIB DO BRASIL

Jovens "nem-nem" deixam de contribuir com R$ 46,3 bi no PIB

O percentual é maior do que o registrado em 2021, quando os jovens que não estudam nem trabalham poderiam ter contribuído com R$ 43,5 bilhões

O percentual registrado pela CNC é maior do que o identificado em 2021  -  (crédito: Agência Brasil/Divulgação )
O percentual registrado pela CNC é maior do que o identificado em 2021 - (crédito: Agência Brasil/Divulgação )
postado em 16/01/2024 04:00 / atualizado em 16/01/2024 14:14

Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelam que os jovens de 18 a 24 anos que não estudam nem trabalham, os chamados "nem-nem", poderiam ter contribuído com R$ 46,3 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2022 — caso estivessem exercendo alguma atividade. O número representa 0,47% da economia do país.

Isso quer dizer que, se somarmos ao PIB de 2022 — que foi de R$ 9,915 trilhões — o valor que poderia ser gerado por essa parcela da população, o Brasil teria R$ 9,961 trilhões. O percentual é maior do que o registrado em 2021, quando os jovens que não estudam nem trabalham poderiam ter contribuído com R$ 43,5 bilhões.

A CNC destaca que o aumento do número de jovens nem-nem é um problema que afeta o país há anos. Em 2012, esse grupo representava 1,1% do PIB; em 2015, passou para 1,3%; em 2018, caiu para 1,1%, mas voltou a subir em 2019 e 2020.

A entidade afirma que a situação é resultado de diversos fatores como, por exemplo, a falta de oportunidades de emprego, a baixa qualidade da educação e a desigualdade social. A CNC defende que o governo federal tome medidas para incentivar a inserção dos jovens no mercado de trabalho, como a criação de programas de qualificação profissional e a oferta de vagas de emprego.

Falha do Estado

Outra solução seria o maior investimento de estados e municípios em educação e melhoria da infraestrutura das escolas. Na avaliação de Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, o estudo mostra que o Brasil falha em políticas de educação e emprego. "O resultado evidencia que a alocação de recursos públicos, apesar de bastante significativa, nessas áreas, não tem sido eficiente. É fundamental que passemos a avaliar as políticas públicas e a usar as avaliações no processo orçamentário, isto é, na hora de escolher onde colocar os recursos públicos", ressaltou.

Luciano Bravo, Ceo da Inteligência Comercial e Country Manager da Savel Capital Partners, aponta o impacto da crise sanitária na geração. "Um ponto que pode ter colaborado com a dificuldade desses jovens conseguirem empregos foi a pandemia de covid-19. Várias pessoas com mais experiência e idade estão procurando empregos, fazendo com que o 'nem-nem', perca cada vez mais o espaço no mercado de trabalho", disse. 

 


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