Carbono Zero

Certificação abre mercado internacional a municípios

CarbonZERO, criado pela União Brasileira de Apoio aos Municípios (UBAM), deve viabilizar a certificação de crédito de carbono para "cidades verdes"

 O presidente nacional da União Brasileira de Apoio aos Municípios (UBAM), executivo Leonardo Santana. -  (crédito:  UBAM/Divulgação)
O presidente nacional da União Brasileira de Apoio aos Municípios (UBAM), executivo Leonardo Santana. - (crédito: UBAM/Divulgação)
postado em 17/02/2024 03:55

A União Brasileira de Apoio aos Municípios (UBAM) lançou o Projeto Internacional CarbonZERO que viabiliza a certificação de crédito de carbono. A expectativa é de que seja pago quase US$ 1 bilhão em compensação ambiental para os municípios com reservas florestais, considerados verdes.

O lançamento ocorreu na sede nacional da entidade, em Brasília, no último dia 15. Com o projeto, a UBAM certificará os municípios, possibilitando ingresso no mercado internacional de crédito de CO, de forma a receber diretamente, e sem intermediários, recursos financeiros por compensação ambiental, através do Selo CarbonZERO, que será pago pelos países mais desenvolvidos do mundo. Ao Correio, o presidente nacional da UBAM, Leonardo Santana apontou que a associação formou uma equipe de especialistas em meio ambiente com o objetivo de catalogar os municípios pelo Brasil com áreas de preservação ambiental, de florestas, de preservação permanente, coberta ou não por vegetação nativa.

Segundo ele, há municípios, em sua maioria na região Norte, assim como no Sudeste, em São Paulo, onde mais de 30 regiões estão aptas a receber os créditos, além de Minas Gerais. No Centro -Oeste, em Goiás, entre os municípios estão Águas Lindas de Goiás, Planaltina de Goiás, Rio Verde, Jataí, Cristalina, Catalão e Chapadão do Céu. “Só é preciso que sejam elaborados os projetos pilotos, os projetos executivos mostrando tecnicamente todo o acervo ambiental que possui cada município e também qual o benefício que esse acervo traz para a camada de ozônio que tem sido prejudicada pelas ações poluentes das grandes indústrias”, explicou.

Ele ressaltou que, na superfície terrestre, o ozônio contribui para agravar a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. Mas, nas alturas da estratosfera, entre 25 e 30km acima da superfície, é um filtro a favor da vida. Sem ele, os raios ultravioleta poderiam aniquilar todas as formas de vida no planeta.

“Há estudos científicos de que substâncias usadas nas fábricas e nas grandes indústrias, com sua poluição, estão destruindo a camada de ozônio, sendo, assim, identificada a existência de um buraco nessa camada sobre a Antártida, causado por diversas substâncias químicas. Essas substâncias contribuem também para o aquecimento da Terra, o efeito estufa, o que evidencia hoje o descontrole climático que sofremos com as severas mudanças”, explicou. “O mundo, hoje, passa por uma transformação climática muito séria justamente porque o homem não tem a capacidade de notar o mal que está fazendo ao ecossistema, no desmatamento, lançando poluentes no ar e muitas outras ações que, infelizmente, fazem com que nós, humanos, e os animais sofram por conta desse aquecimento global e essa mudança climática tão extrema”.

Por fim, acrescentou que os créditos de carbono também poderão ser pagos aos donos de propriedades. “A maioria do acervo ambiental é de propriedade dos municípios. Mas há também grandes fazendas, propriedades que detêm uma quantidade muito grande de árvores, de espécies que são muito benéficas à camada de ozônio e que a gente pode conseguir justamente que ela seja catalogada como necessária para o projeto”, concluiu.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação