G20

Diretora do FMI elogia condução da política monetária do Brasil

Em texto publicado no blog do FMI, em que trata da agenda do G20, Kristalina Georgieva recomendou que os bancos centrais mantenham o foco em "terminar o trabalho" de levar a inflação para a meta

Para Kristalina Georgieva, trazer inflação de volta à meta é de especial importância para países de baixa renda atingidos de forma desproporcional pela alta dos preços -  (crédito: Daniel LEAL / AFP)
Para Kristalina Georgieva, trazer inflação de volta à meta é de especial importância para países de baixa renda atingidos de forma desproporcional pela alta dos preços - (crédito: Daniel LEAL / AFP)
postado em 26/02/2024 14:54 / atualizado em 26/02/2024 14:57

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, elogiou a condução da política monetária do Brasil pelo Banco Central (BC). Em texto publicado no blog da organização internacional nesta segunda-feira (26/2), em que trata da agenda do G20, ela recomendou que os bancos centrais mantenham o foco em "terminar o trabalho" de levar a inflação para a meta.

“A resposta firme e antecipada do Brasil ao aumento da inflação durante a pandemia é um bom exemplo de como a agilidade na formulação de políticas pode render frutos. O Banco Central do Brasil foi um dos primeiros bancos centrais a elevar os juros e, em seguida, relaxar a política à medida que a inflação voltava para o intervalo da meta”, escreveu Georgieva.

Segundo a diretora, trazer a inflação de volta à meta é de especial importância para as famílias pobres e para os países de baixa renda atingidos de forma desproporcional pela alta dos preços. “Como o núcleo da inflação permanece elevado em muitos países e ainda há riscos de a inflação subir, as autoridades precisam acompanhar atentamente a evolução da inflação subjacente e evitar flexibilizar cedo ou rápido demais”, aconselhou.

Ao comentar sobre as contas públicas, Georgieva, que estará em São Paulo nesta semana para o fórum econômico, se referiu à reforma tributária, aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional, como “histórica”.

Para ela, é vital que os países continuem a fazer avanços importantes para aumentar a receita e eliminar ineficiências. “O Brasil demonstrou liderança nessa área com sua histórica reforma do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA). Mas muitos países estão atrasados, e têm margem para ampliar sua base tributária, fechar brechas e melhorar a administração tributária. É por isso que o G20 nos pediu para lançar uma iniciativa conjunta com o Banco Mundial para ajudar os países a reforçar a mobilização de recursos internos”, disse.

A dirigente destacou ainda que os países também devem ter como objetivo “construir sistemas tributários mais inclusivos e transparentes, zelando para que a arquitetura tributária internacional leve em conta os interesses dos países em desenvolvimento”.

Crescimento econômico

A diretora-gerente do FMI pediu aos integrantes do G20 “ousadia” para melhorar as perspectivas de crescimento no médio prazo, com vistas e um futuro “mais equitativo, próspero, sustentável e cooperativo”. A previsão do Fundo é de que a economia mundial cresça 3,1% neste ano, com a inflação caindo e os mercados de trabalho se mantendo. “Essa resiliência constitui uma base para mudar o foco e voltar a atenção para as tendências de médio prazo que estão dando contornos à economia mundial”, afirmou.

Georgieva mencionou ainda que os riscos climáticos estão crescendo e já estão afetando o desempenho da economia, desde a produtividade agrícola até a confiabilidade do transporte e a disponibilidade e o custo do seguro.

“Com esse pano de fundo, a agenda do G20 do Brasil destaca questões fundamentais como inclusão, sustentabilidade e governança global, com uma ênfase oportuna na erradicação da pobreza e da fome. Essa agenda ambiciosa, apoiada pelo trabalho do FMI, pode orientar as autoridades neste momento crucial da recuperação mundial”, escreveu.

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