
O mercado financeiro mundial segue em compasso de espera nesta quarta-feira (2/4), enquanto investidores avaliam os impactos do aguardado discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas de importação. Com isso, o dólar inverteu a tendência de queda registrada no dia anterior e opera em alta, sendo cotado a R$ 5,70 no inicio da manhã de hoje. Por outro lado, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recua diante da incerteza global.
Na última terça-feira (1º), a moeda norte-americana encerrou o dia com desvalorização de 0,39%, cotada a R$ 5,6833, enquanto o Ibovespa teve um avanço de 0,68%, alcançando 131.147 pontos. No entanto, o cenário se inverteu com a iminência do anúncio de Trump sobre as chamadas "tarifas recíprocas".
A decisão do presidente norte-americano de implementar tarifas sobre produtos importados tem sido um dos pilares de sua administração e de suas promessas de campanha. Trump classificou o dia de hoje como "Dia da Libertação", afirmando que as novas tarifas vão livrar os EUA da dependência de produtos estrangeiros. O pronunciamento está marcado para as 17h (horário de Brasília) na Casa Branca, e as taxas devem entrar em vigor imediatamente após o anúncio.
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A principal preocupação dos mercados é de que a medida desencadeie uma guerra comercial de grande escala, levando outros países a adotarem medidas de retaliação e agravando o ambiente de negócios internacional. O histórico de tarifas impostas por Trump inclui barreiras comerciais para o México e o Canadá, além de setores específicos como aço, alumínio, automóveis e produtos agrícolas.
Reciprocidade
Em resposta à possibilidade de novas barreiras para produtos nacionais, o Senado brasileiro aprovou nesta terça-feira um projeto que permite ao governo adotar medidas de retaliação contra países ou blocos que imponham restrições comerciais aos produtos brasileiros. A aprovação do texto representa um sinal de que o Brasil está disposto a se proteger economicamente diante de eventuais impactos negativos provocados pelo tarifaço de Trump.